Segundo levantamento do IBGE divulgado em outubro de 2018, mais empresas estão sendo abertas fora do país, enquanto muitas estão fechando as portas no Brasil. Já nos EUA, 59% de pequenas empresas estão satisfeitas com a saúde econômica do país.
A pouca longevidade de empresas no Brasil está levando microempresários a buscar alternativas no exterior para dar mais tempo de vida aos seus negócios e investimentos. De acordo com dados do IBGE de 2016, 648.474 empresas deram entrada no mercado.
O mesmo estudo mostrou que dentre as empresas sobreviventes em 2016 no Brasil, apenas 38% tinham cinco anos de existência. Ao analisar as empresas que nasceram cinco anos antes do levantamento, ou seja, as 660,9 mil que deram entrada em 2011, o IBGE constatou que: 75,2% sobreviveram até 2012, 64,5% sobreviveram até 2013, 52,5% sobreviveram até 2014, 45,4% sobreviveram até 2015 e 38% sobreviveram até 2016. Ou seja, o levantamento mostrou que uma em cada quatro empresas criadas em 2011 não sobreviveram após o primeiro ano.
Para fugir dessa realidade e em busca de segurança econômica e longevidade para seus negócios empreendedores brasileiros estão cada vez mais ávidos por mercados internacionais. Os EUA são o destino mais escolhido. Com mais de 9 mil micros e pequenos empresários brasileiros, o país norte-americano é o que abriga a maior parte empreendedores brasileiros que emigraram, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
Em três anos o número de brasileiros aprovados para morar nos Estados Unidos deu um salto. Em 2018, foram emitidos 4.300 vistos de imigração para cidadãos do Brasil — um aumento de 74% em relação a 2015, quando houve 2.478 vistos concedidos, segundo o Departamento de Estado americano. Muitos destes vistos são concebidos para quem quer investir ou abrir um negócio em território americano.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, de todos os brasileiros que empreendem fora do país, a maior fatia está nos Estados Unidos, representada por 9 mil empresários.
Uma pesquisa recente divulgada pelo Instituto MetLife e pela Câmara de Comércio dos EUA mostrou que 59% das pequenas empresas pesquisadas acreditam que a economia americana está com boa saúde, seis pontos percentuais acima do trimestre anterior. 58% das empresas lideradas por mulheres também estão expressando otimismo com a economia americana para seguir empreendendo no país. Segundo o Itamaraty, aproximadamente um terço dos brasileiros que vivem nos EUA está na Flórida.
“O cenário para empreender nos EUA nunca foi tão bom para empresários do Brasil. O governo americano oferece inúmeras vantagens que os brasileiros não podem perder. Vale a pena checar as possibilidades”, afirma o especialista em negócios Internacionais, André Duek que reside e atua nos EUA há 7 anos.
Recebimento de remessas do exterior aumenta no Brasil
O Banco Central (BC) registrou que, em agosto último, houve a maior quantia de dinheiro remetido do exterior para o Brasil desde 2010, em comparação com o mesmo mês dos anos anteriores. Foram US$ 290 milhões enviados para território verde e amarelo, com cerca de 25% desse valor referente a dólares oriundos dos EUA, país mais participativo nesse quesito. Em todo o ano, o País já recebeu US$ 1,91 bilhão em transferências pessoais da moeda americana.
Quando o assunto é envio de dinheiro para outros países, os EUA também lideram as opções dos brasileiros. Em 2019, conforme as estatísticas divulgadas pelo BC, dos US$ 1,38 bilhões emitidos para o exterior, US$ 301 milhões foram para contas norte-americanas, o que equivale a quase 22% do total.