O laboratório de pesquisas da Força Aérea dos EUA convocou duas equipes (universidades de Binghamton e Estadual de Nova York) para desenvolverem tecnologias que permitam usar os sinais de comunicação 5G como “radar para observar pessoas e objetos”.
O 5G, o padrão de tecnologia de quinta geração para redes celulares, já está conectando aparelhos sem fio desde 2019 nos EUA, oferecendo conexões com maior largura de banda, maior alcance e velocidades mais altas do que seus quatro predecessores.
A ideia é dar a esse mar de ondas, que brevemente estarão presentes em todos os cantos de todas as cidades do mundo, “outro uso para esses sinais onipresentes além de assistir a vídeos de gatos e postar fotos de seu delicioso almoço nas redes sociais”, segundo nota emitida pelas equipes.
Vigilância de espectro total
As duas equipes já receberam os financiamentos para aprimorar o uso dos sinais de 5G de forma semelhante ao radar, criando imagens com base em como as ondas portadoras ricocheteiam em objetos ou pessoas.
A nova fase da pesquisa combinará tecnologias de detecção baseadas em 5G com câmeras ópticas já usadas para vigilância. Essas redes seriam mantidas seguras usando outro desenvolvimento, chamado “cadeia de blocos baseada em impressão digital ambiental” (ENFChain), autenticando as fontes de dados, marcando as transações e criptografando os dados.
Os pesquisadores planejam construir o que eles chamam de “vigilância de espectro total”, integrando câmeras ópticas e outros dispositivos, além dos novos radares baseados em 5G, para que o sistema possa funcionar em qualquer condição climática.
“Nossa câmera de ondas milimétricas usando sinais 5G funciona de maneira semelhante a uma câmera infravermelha”, disse Xiaohua Li, da Universidade Binghamton. “Podemos fazer a imagem funcionar em todas as condições climáticas, durante o dia ou à noite. Elas podem auxiliar um sistema de câmera óptica.”
“Podemos tirar proveito dos recursos avançados da comunicação 5G. Ela tem um retardo menor e é mais confiável devido à densidade de suas estações-base e antenas. Ao mesmo tempo, exploraremos a segurança, a proteção e a robustez do sistema. Vamos integrar novas tecnologias, como aprendizado de máquina e blockchain no sistema,” acrescentou seu colega Yu Chen.
Guerras do passado
A justificativa dos militares para financiar as pesquisas é que essa tecnologia de radar baseada em 5G permitirá que “tropas em áreas urbanas vejam os combatentes inimigos em cantos ou em espaços escuros”.
Com as guerras sendo travadas cada vez mais por equipamentos controlados à distância, contudo, a preocupação é que a tecnologia possa ser usada para vigiar a própria população.
*Por Site Inovação Tecnológica