Japoneses querem ganhar mercado brasileiro

Depois de apresentarem seus produtos em sucessivas participações  nas principais feiras de decoração, papelaria e Design na capital paulistana, empresas japonesas desses segmentos estão  abertas para troca de opiniões para fomentar negócios com importadores e distribuidores brasileiros. “As feiras foram ótimos termômetros que nos permitiram conhecer públicos distintos, para promovermos nossos negócios e conhecer parceiros no Brasil”, diz Atsushi Okubo, presidente da Japan External Trade Organization (JETRO), organização de fomento de comércio exterior do Japão.

No total, 25 empresas japonesas, 15 delas visitando o Brasil pela primeira vez, participaram das feiras  sob a coordenação da JETRO. São elas: a AG Limited, Aisen Industrial, Akashiya,  Daiwa Trading, Designphil, Hayashi, Kaminomoto, Kimura Ohshido, Kyoritsu Shokai, Mac Corporation, Meikodo, Miyake Ceramics, Motif, NBD Corporation, Nikken Cutlery, Nonoji, PG Design, Platinum Pen, Q-Pot, Sandia, Shimatani Syouryu-Koubou, Suncraft Company Limited, Takata Lemnos, Wasara e a Yoshikawa Corporation. Algumas dessas companhias são amplamente reconhecidas em feiras internacionais nos Estados Unidos, França e Alemanha. “Procuramos reunir empresas com produtos selecionados, caracterizados pelo design requintado e frutos de um processo de produção que harmoniza a melhor matéria-prima com a excelência das técnicas tradicionais que caracterizam o refinado artesanato japonês”, destaca Okub “O mercado aqui é receptivo a novos produtos, sobretudo funcionais e com tecnologia agregada e que tenham design sofisticado. Por isso as companhias estão muito otimistas com as reuniões que serão promovidas em São Paulo”, completa o executivo.

As empresas japonesas buscam companhias parceiras no Brasil que apostem em seus produtos para comercialização no país. Inovação e tecnologia são dois pilares em que os japoneses investem para conquistar o mercado brasileiro. sucesso em mais de 45 países.  Para Okubo, o Brasil é um oásis de oportunidades para os japoneses, sobretudo pelo longo histórico da imigração nipônica, que completa 110 anos em 2018, e proporcionou ao brasileiro ter contato com a cultura, tecnologia e a inovação dos produtos desenvolvidos por companhias daquele país. “O Brasil é um mercado importante para nós. Há o interesse das empresas japonesas em emplacar mais negócios por aqui, mas sempre com muita análise. Por isso é fundamental termos parceiros que possam ser desenvolvidos no próprio país”, diz.

O Japão, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio (MDIC), foi o quinto parceiro comercial do Brasil em 2017. No ano passado, as exportações brasileiras ao mercado japonês somaram R$ 5.263 bilhões. As importações, por sua vez, fecharam em R$ 3.762 bilhões, com saldo positivo na balança comercial de R$ 1,5 bilhão. Entre janeiro e agosto de 2018, porém, o cenário tem sido de equilíbrio. Os brasileiros exportaram para os japoneses produtos que totalizaram R$ 2.920 bilhões. As importações, por sua vez, chegaram a R$ 2.980 bilhões. O que o Brasil mais vendeu para os nipônicos nos oito primeiros meses deste ano foram minério de ferro e seus concentrados, frango, soja e café. Comprou, por sua vez, em grande quantidade produtos manufaturados, peças e instrumentos automotivos, rolamentos e engrenagens e compostosheterocíclicos.

Um ponto bastante positivo para que os negócios entre Brasil-Japão não esfriem é a confiança das companhias nipônicas no país. Uma pesquisa da JETRO, efetuada em 2017 com mais de 400 empresas japonesas que operam na América Latina, apontou que 23,2% daqueles que estão instaladas no território brasileiro estão otimistas com melhoras no faturamento em 2018, percentual que foi de 40,6 em 2016 sobre a perspectiva em 2017. Por outro lado, um alerta ao governo: 78,8% das empresas argumentam que a complexidade do sistema tributário e os trâmites fiscais inibem possíveis novos investimentos no país.

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