O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou dezembro com a menor taxa de variação para o mês (0,15%) desde o início do Plano (1994), ficando acima dos (-0,21%) de novembro. No acumulado do ano, a inflação ficou em 3,75%, dentro da meta estipulada pelo governo federal – que era de 4,5% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Apesar de o índice ter ficado dentro da meta, o IPCA, divulgado hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou 0,80% percentual acima dos 2,95% registrados em 2017. Segundo o levantamento, a inflação de dezembro foi impulsionada, em grande parte, pelas altas de Alimentação e Bebidas (0,44%), Vestuário (1,14%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), que contribuíram com 0,21 ponto percentual para o índice. Por outro lado, Transportes (-0,54%) e Habitação (-0,15%) seguraram o índice com contribuição negativa de 0,12 p. p.
No grupo de alimentação, a maior pressão foi causada pela variação de preços dos alimentos para consumo em casa (0,50%). Apesar de alguns produtos passarem a custar menos em dezembro, como por exemplo o leite longa vida (-7,73%), o pão francês (-1,31%) e o arroz (-1,19%), outros produtos, também importantes, exerceram pressão contrária, como a cebola (24,03%), a batata-inglesa (20,05%), o feijão-carioca (12,98%), as frutas (3,11%) e as carnes (2,04%). Já na alimentação fora de casa, os custos desaceleraram de novembro (0,49%) para dezembro (0,33%).
Já os principais responsáveis pela queda no grupo dos Transportes (-0,54%) foram os combustíveis (-4,25%), em especial a gasolina (-4,80%), acompanhada pelo óleo diesel (-3,45%) e o etanol (-2,70%). No grupo habitação, a queda de 0,15%, – menos intensa que a registrada em novembro (-0,71%) – teve influência do item energia elétrica (-1,96% e -0,08 p.p.) e, também, da mudança na bandeira tarifária, que passou de amarela, em novembro, com a cobrança adicional de R$0,01 para cada kwh consumido, para verde, em dezembro, sem cobrança.
Ainda no grupo Habitação (-0,15%), o item taxa de água e esgoto (0,71%) retrata o reajuste de 6,04% das tarifas, no Rio de Janeiro (5,65%), em vigor desde 1º de dezembro, e de 8,60%, em Porto Alegre (1,85%), a partir de 16 de dezembro. No grupo Vestuário (1,14%), os destaques ficam com os itens roupa feminina (2,34%), roupa masculina (1,57%) e roupa infantil (0,91%).
Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi o de Aracaju (0,67%), reflexo do reajuste na tarifa dos ônibus urbanos (9,43%), em vigor desde 09 de dezembro e do item passagem aérea (32,15%). A região metropolitana de Curitiba (-0,17%) apresentou o índice mais baixo em função das quedas de 6,40% na gasolina e de 2,72% na energia elétrica.