O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) referente ao terceiro trimestre do anon avançou 9,6%, frente ao segundo trimestre. O resultado, divulgado pelo Grupo de Conjuntura do Ipea, foi impactado pelas operações de importação de plataformas de petróleo ocorridas em alguns meses de 2018.
Nota técnica, apresentada pelo Grupo Conjuntura, mostra que a introdução do novo regime aduaneiro especial de utilização econômica – destinado a bens a serem utilizados nas atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e de gás natural (Repetro-Sped) – exerceu impactos significativos, tanto no cálculo da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) quanto na contabilidade da balança comercial brasileira.
De acordo com o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Jr, e o técnico de planejamento e pesquisa Leonardo Mello de Carvalho, que assinaram o trabalho, as elevadas importações de plataformas de petróleo ocorridas em alguns meses deste ano, causaram aumento significativo para o Indicador Ipea de FBCF, especialmente no terceiro trimestre.
Após forte crescimento dessazonalizado em julho, com alta de 13,5% sobre o período anterior, os investimentos registraram duas quedas consecutivas: de 4,2% em agosto e 6,1% em setembro. Com isso, no comparativo entre o terceiro e o segundo trimestres deste ano, os investimentos cresceram 9,6%, ainda na série com ajuste sazonal. Segundo o estudo, parte desse forte crescimento também se deve aos efeitos da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio, que ajudou a reduzir a média do segundo trimestre.
Na comparação com o mesmo período de 2017, o crescimento no terceiro trimestre deste ano ficou em 13,1%. O desempenho também foi positivo no acumulado em 12 meses até setembro: aumento de 6,1% – o que representa um incremento de 2,3 pontos percentuais à taxa de crescimento da FBCF, quando se excluem as importações e exportações de plataformas de petróleo.
Como todo o impacto das importações de plataformas incidiu sobre o consumo aparente de máquinas e equipamentos (Came), esse componente da FBCF apresentou crescimento de 27,7% no 3º trimestre. O Came corresponde à produção doméstica líquida das exportações acrescida das importações. Dentre seus componentes, enquanto a produção interna de bens de capital líquida de exportações registrou crescimento de 1,2%, a importação de bens de capital aumentou expressivos 104,5% na margem.
O indicador de construção civil, por sua vez, registrou a terceira variação positiva em quatro meses: alta de 1,5% em setembro, na comparação com agosto. O segmento encerrou o terceiro trimestre com expansão de 3,5% frente ao segundo trimestre. Por fim, o terceiro componente da FBCF, classificado como outros ativos fixos, apresentou avanço de 0,8% entre agosto e setembro.
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