Cerca de 26 refugiados somalis foram mortos e dezenas ficaram feridos na manhã desta sexta-feira (17) perto do Estreito de Mandeb, no Iêmen, quando um helicóptero do tipo Apache, da coalizão árabe, disparou contra o navio onde viajavam. Entre as vítimas estão mulheres e crianças.
Pescadores locais e fontes médicas do porto de Al Hudaydah, no Mar Vermelho, afirmaram que as vítimas tinham ferimentos de bala. A embarcação estava capitaneada por três marinheiros iemenitas e tinha saído da cidade de Aden, com refugiados de diferentes partes do Iêmen que tentavam fugir dos combates.
De acordo com a guarda costeira, os refugiados portavam documentos da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para auxílio a refugiados. Eles estavam indo do Iêmen para o Sudão quando foram atacados próximo ao estreito de Bab-el-Mandeb, que separa os continentes asiático e africano. Os feridos ao ataque foram transferidos ao porto e, de lá, para diferentes centros médicos da cidade.
O Iêmen está imerso em uma grande guerra civil entre os rebeldes houthis, que são apoiados pelo ex-presidente Abdullah Saleh, e as forças leais ao atual presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, que tem ainda o apoio de uma coalizão de países árabes, formada em 2015, liderada pela Arábia Saudita. É justamente essa coalizão que controla o espaço aéreo iemenita.
A área onde ocorreu o ataque é alvo de vários bombardeios por parte da coalizão árabe, pois é usada pelas forças rebeldes para o contrabando de armas. A chegada de imigrantes ao Iêmen continua apesar da guerra.
O país árabe sofre atualmente a crise de fome mais grave do mundo. Aproximadamente 17 milhões de iemenitas, dois terços da população do país, necessitam de assistência urgente para evitar o risco de morrer de fome nos próximos meses.
Fotos: Reprodução
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