Hábitos prejudiciais a saúde

As mudanças que o século XXI trouxe para a sociedade fizeram com que as pessoas se adaptassem à novos hábitos, que, porém que nem sempre são saudáveis. A pressão da correria do dia a dia, os avanços tecnológicos e a necessidade de estar sempre em movimento são as principais causas de algumas doenças crônicas que estão atualmente presentes em nossas vidas. Por causa disso, a Dra Cintia Rios, médica que estuda longevidade, listou 4 fatores dominantes que ao invés de beneficiar nossa saúde, estão prejudicando nossa vitalidade.

Dormir com o celular na cama

O celular nos dias de hoje representa muito mais do que uma forma de se comunicar. Ele é agenda, calculadora, consciência, instrumento de trabalho e conexão com o mundo. E, por conta disso, muitas pessoas o levam para a cama na hora de dormir. Porém, esse hábito pode ser extremamente prejudicial à saúde física e mental, e o pior de tudo, é que a princípio os sintomas não são perceptíveis. Quando estamos dormindo, a radiação emitida pelos aparelhos celulares podem influenciar na qualidade do sono, ao provocar insônia e até mesmo contribuir para que seja repleto de pesadelos. Optar por manter o celular perto na hora de dormir, ou pior, embaixo do travesseiro, é uma forma de contato perigosa devido à proximidade com essas radiações. Sem falar nos riscos de explosão, queimaduras e superaquecimento.

Se, para você, é algo imprescindível, que você não pode abrir mão de estar com o aparelho na hora de dormir, tome alguns cuidados: coloque-o distante de você, no mínimo um metro. Nunca conectado a internet. Se precisar usá-lo, faça isso uma hora antes de ir dormir, isso dará tempo para o seu cérebro “desligar”. “Tomando esses pequenos cuidados, estaremos evitando possíveis desequilíbrios no plano neural, a nossa qualidade de sono estará preservada e diminuiremos muito nossos níveis de estresse”, explica a Dra Cintia.

Ingerir bebidas estimulantes

A cafeína atua no sistema nervoso e libera adrenalina e noradrenalina, dando uma falsa sensação de euforia. No entanto, como tudo, em excesso, ele pode atrapalhar. Ao invés de beneficiar, esse estímulo pode chegar até a provocar um aumento da pressão. O aumento no consumo de bebidas estimulantes está preocupando os órgãos de saúde, porque, de acordo com o Serviço de Administração em Abuso de Substâncias e Saúdes Mental, não são somente jovens em baladas que têm abusado dessa bebida, mas pessoas com mais de 40 anos, procurando “energia extra”, para aguentar o estresse da vida urbana.

O problema se agrava porque, em energéticos, a quantidade de cafeína em sua composição é de 80 a 500 miligramas. Porém, uma pessoa adulta, deveria parar de ingerir a bebida ao atingir o consumo de 150 miligramas. Esse dado, por si só, já é preocupante, e o maior prejudicado será, principalmente, o coração. O uso desse estimulante pode provocar arritmia e, em indivíduos que possuem algum problema cardíaco, às vezes silenciosos, pode chegar a provocar infarto ou derrame. Outro fator preocupante é que os energéticos são bebidas ácidas, que, com o uso abusivo, podem provocar distúrbios gástricos.

“Em relação ao consumo diário para adultos, que não tenham sensibilidade à cafeína, o máximo permitido seria 400 mg da substância por dia. Isso equivale a 6 mg de cafeína por quilo de piso. A recomendação máxima por dia, seria: 4 xícaras de café (225ml). E, se você não abre mão dos energéticos, consuma, no máximo, 4 latinhas por dia. Para crianças e adolescentes, o consumo não é indicado)”, diz Cintia.

Noites de sono mal dormidas

Nesse dia a dia super movimentado, onde acumulamos funções e tentamos fazer tudo da melhor maneira possível, procuramos dar conta das tarefas pendentes, em busca de um tempo extra que não temos. Dormir pouco não significa ganho de tempo, significa perda de saúde. Dormir  pouco significa elevar o risco de doenças e diminuir a expectativa de vida. Uma noite mal dormida pode significar, para muitas pessoas, um dia sem rendimento, irritabilidade, desatenção acima do normal, falta de concentração e mau humor.

Além desses fatores, ainda temos que chamar a atenção para o fato de que, é durante o sono que o organismo trabalha para produzir os anticorpos que serão responsáveis pela defesa do nosso corpo contra vírus, bactérias e infecções. Se isso assusta, comece a repensar seu ciclo do sono, pois, a longo prazo, noites mal dormidas também podem ser causadoras de doenças cardíacas, obesidade e diabetes.

“Acostume-se a ter suas oito horas diárias de sono. Se não for possível, pelo menos sete horas. E não esqueça de fazer o uso da compensação. Se dormir mal uma noite, obrigue-se a compensar na seguinte”, afirma a especialista.

Longo período sem se alimentar

Com o mundo andando tão rápido, tão competitivo, as pessoas costumam não ter tempo para nada. E esse “nada” acaba sendo, também, a hora de comer. E esse fato se torna um hábito para muitas pessoas, sem que esse jejum prolongado cause benefício nenhum ao organismo. Alguns perigos de pular refeições está no fato de que, com fome, as reservas de glicose  do organismo vão se reduzindo, podendo causar hipoglicemia.

Logo, a reserva de energia que o organismo tem, fica baixa. O corpo começa a racioná-la e a pessoa vai ficando cansada, irritável, fraca e sem ânimo. Também é comum que fique de mau humor, com dor de cabeça e, às vezes, tontura.

“O jejum pode ser usado como uma estratégia de tratamento para alguns tipos de alterações do metabolismo, antes de procedimentos cirúrgicos, por orientação religiosa, etc.Bem orientado e não sendo uma rotina, pode ser um aliado. Mas lembre-se que isso necessita da orientação de um bom profissional da área”, explica a Dra.

Fonte: Cintia Rios Camilo se formada em medicina, especialista em Cirurgia Geral pelo ministério de Educação e Cultura, e especialista em Cirurgia Plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – SBCP