Dois estudantes morreram na terça-feira passada e 14 ficaram feridos quando um colega de classe abriu fogo do lado de fora de uma escola em Benton, no Estado do Kentucky. Foi o terceiro tiroteio em uma escola dos Estados Unidos em 48 horas e o 11º desde o início do ano.
O caso colocou o assunto na pauta do dia dos jornais e reacendeu o debate sobre possíveis soluções para o problema, como capacitar professores para reagir em situações desse tipo – o que já tem sido adotado em alguns Estados nos EUA.
Há um número crescente de políticos americanos que têm proposto novas leis que visam aumentar o número de armas de fogo nas escolas e em outros prédios públicos, além de armar professores e funcionários das escolas como meios de defesa.
Projetos de lei
Horas após o tiroteio, por exemplo, o senador republicano Steve West apresentou um projeto de lei que permitiria às escolas do Kentucky contar com patrulhas de segurança armadas.
O projeto, que recebeu o apoio interpartidário do senador democrata Ray Jones, se junta a outro no Estado que busca flexibilizar restrições a armas no entorno de universidades.
“Precisamos de agentes armados em todas as escolas do Kentucky”, disse Jones. “Esse é um preço pequeno a pagar se salvar a vida de uma criança”.
A proposta se soma a uma série de leis estaduais formuladas nos últimos anos para colocar mais armas nas escolas.
Mais recentemente, em novembro, membros do Senado de Michigan (os Estados americanos são bicamerais, têm Senado e Câmara) aprovaram projeto que permitiria a professores nas escolas primárias, secundárias e de ensino médio manterem armas em um local sigiloso dentro da sala de aula.
Legislação semelhante foi aprovada neste ano na Flórida, em Indiana, na Pensilvânia, em Mississippi, na Carolina do Sul e em West Virginia.
Se bem-sucedidos, esses Estados se juntariam a pelo menos nove que já permitem algum tipo de porte de armas em instituições de ensino. Cada novo tiroteio em escolas reacende um longo debate sobre se a solução seria aumentar o controle sobre as armas ou relaxar as regras para porte delas.
“Se queremos falar sobre prevenção de tiroteios em escolas, deveríamos estar falando, em primeiro lugar, sobre impedir os jovens de terem armas nas mãos”, disse Adam Skaggs, diretor do Giffords Law Center to Prevent Gun Violence, organização que defende a aprovação de leis, políticas e programas que ajudem a evitar a violência armada . “Essas são as leis para as quais deveríamos estar discutindo”.
Fonte: BBC