A província de Bergamo, mais atingida pela pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) na Itália, tem convivido com a escassez de caixões por causa do grande número de mortos na emergência sanitária.
“Não é fácil encontrar caixões. Nos últimos dias, encomendamos uma quantidade, mas a empresa veneziana não conseguiu entregá-los. Então fomos buscá-los com uma van. Dos 60 caixões pedidos, nos deram apenas 30. Estamos em colapso”, disse.
Segundo o funcionário, uma família chegou a esperar a funerária por 14 horas. “Quando a morte acontece no hospital, os corpos são colocados em sacos pretos e ficam ali uns dois dias antes que possamos pegá-los”, contou.
O presidente de uma associação que reúne funerárias de Bergamo, Antonio Ricciardi, disse que as empresas já estão se preparando para suspender as atividades. “Após terem resistido por mais de 20 dias e após terem começado a contar os próprios caídos, as empresas foram forçadas a ter escolhas de princípio. Os trabalhadores do setor não são examinados, não há equipamentos de proteção individual”, declarou.
A província concentra 6.471 dos 63.927 casos do novo coronavírus na Itália, o que representa 10% do total. Nas últimas semanas, fotos de caminhões militares em fila para levar corpos de bergamascos para outras regiões da Itália rodaram o mundo.
Além disso, o Eco di Bergamo, que costumava publicar até duas páginas de obituário em suas edições, agora destina mais de 10 para dar espaço a todos os mortos. (ANSA)