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Em março, o percentual de famílias endividadas alcançou 62,4%, um aumento de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação a fevereiro de 2019 e de 1,2 p.p. se comparado ao mês do ano passado, quando o indicador alcançou 61,2%. Na comparação mensal, é a terceira alta mensal consecutiva e o maior patamar desde setembro de 2015. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo o levantamento, no quesito dívidas ou contas em atraso, o percentual também aumentou, na comparação com fevereiro, passando de 23,1% para 23,4%. Por outro lado, diminuiu de 25,2% para 23,4% o percentual de famílias inadimplentes ante março de 2018. Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, aumentou de 9,2% em fevereiro para 9,4% em março deste ano. Em março do ano passado, o índice havia alcançado 10,0%.
Marianne Hanson, economista responsável pela pesquisa, explica que, além da recuperação gradual das concessões de crédito e do consumo das famílias, há um fator sazonal que influi nos resultados: a incidência dos gastos extras de início de ano, ocasionando uma demanda maior por empréstimos. “Entretanto, apesar da alta do percentual de endividados, o comprometimento médio de renda com o pagamento de dívidas ficou estável, refletindo condições ainda favoráveis de juros e prazos”, avalia.
A Peic mostra ainda que o endividamento das famílias que ganham até dez salários mínimos passou dos 62,4% em fevereiro para 63,5% em março. Se comparado com o mesmo período do ano passado, houve uma variação de +0,7%. Já para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de endividamento ficou estável entre fevereiro e março de 2019, em 58,3%, mas aumentou se comparado a março do ano passado, quando o percentual de famílias com dívidas era de 54,0%.
Em relação às famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso, e na faixa de maior renda (acima de dez salários), o indicador alcançou 3,5% em março de 2019, ante 3,3% em fevereiro de 2019 e 4,4% em março de 2018. Já para famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual passou de 10,8% em fevereiro de 2019 para 11,0% em março de 2019. Em relação a março de 2018, houve queda de 0,3 ponto percentual. O cartão de crédito foi apontado como o principal vilão por 78,0% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 14,4%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 10,0%.