A Fundação Procon, de São Paulo, recebeu – entre às 20h de ontem e 12h de hoje – 152 reclamações referentes a empresas que participam da Black Friday.
O maior número de queixas envolve a maquiagem de preços, que é quando o desconto oferecido sobre o preço do produto ou serviço não é real. Foram 45 ocorrências.
Em seguida, aparecem a mudança de preço ao finalizar a compra com 43 casos; a indisponibilidade do produto, 26; e o cancelamento do produto após a finalização da compra, 19.
Em entrevista à Agência Brasil, Fernando Capez, diretor-executivo do Procon-SP, considerou o total de reclamações de consumidores um “número relativamente baixo”.
“Estamos recebendo mais consultas, ou seja, dúvidas, do que reclamações”, afirmou. Até o início da tarde, informou o Procon, houve 189 consultas por meio das redes sociais do órgão ou pelo telefone 151.
“O consumidor está reclamando principalmente de preços remarcados com o mesmo valor. Ou seja, vai lá com a maquininha e se etiqueta sobre o produto com o mesmo valor. E também de preços maquiados: dá-se desconto no produto, mas se aumenta o frete e fica a mesma coisa. Malandragem pura. O Procon entra nesses casos multando as empresas infratoras”, disse Capez. Essas empresas podem sofrer multas que variam de R$ 560 a R$ 10 milhões ou até podem ter sua atividade suspensa em casos extremos.
A dica do Procon para os consumidores é verificar a empresa que está oferecendo o produto, se ela não é fantasma, por exemplo. Também é preciso analisar o preço dos produtos para ver se não há descontos falsos. “Também se pode consultar no site do Procon as listas das empresas que já deram problemas em Black Fridays anteriores”, disse.
O Procon-SP está monitorando as promoções da Black Friday com agentes nas ruas e recebendo reclamações e consultas por meio de seu aplicativo nos celulares, que pode ser baixado gratuitamente e está disponível nas lojas Play Store e App Store. O site da fundação é https://www.procon.sp.gov.br/.
Até o momento, a empresa que recebeu mais queixas foi a B2W Companhia Digital (que administra os sites do Submarino, Shoptime e Americanas), com 20 reclamações; em seguida, Magazine Luiza, com 11; e a Via Varejo (responsável pelo Ponto Frio, Extra e Casas Bahia), com 7.
Faturamento
Levantamento da Ebit/Nielsen informa que o faturamento das empresas nas primeiras sete horas de vendas da Black Friday na internet totalizou R$ 724 milhões, valor 69% superior ao do mesmo período de 2018, quando as vendas para este dia somaram R$ 427,7 milhões. O volume de pedidos nesse período foi de 897 mil, variação de 61% frente ao mesmo período de 2018 (556 mil).
Já o Compre&Confie, empresa de inteligência de mercado focada no comércio eletrônico, apontou que o setor movimentou mais de R$ 1,3 bilhão desde quinta-feira (28) até as 8h59 de hoje (29), valor que representa aumento de 30,8% em relação ao mesmo período de 2018. Entre as categorias mais consumidas, estão moda e acessórios, entretenimento, beleza, perfumaria e saúde, eletrodomésticos e ventilação, além de artigos para a casa.
Fonte: Agência Brasil