O IBGE divulgou dados da Pnad ContÃnua (Pesquisa Nacional por Amostra de DomicÃlios), referente ao trimestre março, abril e maio. A pesquisa apurou que o número da população subutilizada bateu recorde desde a série histórica iniciada em 2012 e chegou a 28,5 milhões de pessoas, alta de 3,9% com relação ao mesmo perÃodo do ano passado. Para o IBGE, as pessoas subutilizadas correspondem à s que estão desempregadas, que trabalham menos do que poderiam, que não procuraram emprego mas estavam disponÃveis para trabalhar ou que procuraram emprego, mas não estavam disponÃveis para a vaga.
A diretora da Febracis Campinas, Lilian Carmo, afirma que em um cenário com oferta maior de mão-de-obra, a vantagem fica com aqueles candidatos que sabem se diferenciar. “Com um universo de candidatos muito grande, causado pela alta taxa de desemprego, conquistar uma posição é uma tarefa de inteligência competitiva. Se destacar vai além de um bom currÃculo, de uma apresentação polida e de competências técnicas avançadas, é preciso conhecer qual a percepção de valor da empresa e quais são suas expertises que tem sinergia com isso”, esclarece.
Segundo a executiva, em geral, os empregadores têm focado em quatro capacidades durante os processos seletivos:
1. Engajamento: querer muito a oportunidade e mostrar-se disponÃvel. É neste contexto que o candidato evidencia sua proatividade e comprometimento com a vaga. Por meio do engajamento, a empresa nota aqueles candidatos que possuem sintonia com seus desafios. Neste item não dá para fingir o que busca e as motivações para essa vaga precisam ir além de questões financeiras e benefÃcios. É um conjunto de fatores que fazem os olhos brilharem e isso é notável em um processo seletivo. Foque nos desafios, nos valores corporativos e nas possibilidades de performance neste cargo.
2. Vontade de aprender: demonstrar vontade de aprender expõe inquietude e curiosidade positivas para quem pleiteia uma oportunidade. Por mais que a experiência e as qualificações técnicas sejam excelentes, cada empresa é única e utiliza processos próprios, logo, se dispor a conhecer essas particularidades é um atrativo poderoso. Além disso, o mundo corporativo muda o tempo todo, assimila novas tecnologias, novos processos e aceita novas ideias, assumindo um perfil de constante aprendizado e valorizando esta caracterÃstica na hora de contratar.
3. Flexibilidade: ser flexÃvel com mudanças e com pessoas é uma habilidade muito importante em um cenário de transformações constantes. É uma maneira de evidenciar a consciência de que o barco pode balançar e que, ao invés de pular, o candidato saberá amarrar as velas. É uma flexibilidade consciente sobre assumir novas responsabilidades, atuar em outras áreas e de receber uma remuneração menor que de profissionais mais seniores – especialmente em momentos de crise. Assumir riscos e estar apto para cobrir um colega é uma excelente demonstração de flexibilidade, porém, tudo tem um limite. Explicitar desconforto para uma ou outra tarefa não é demérito e adiciona coerência durante a avaliação.
4. Compromisso: assumir responsabilidades com a missão e com os valores da empresa é, talvez, a capacidade mais difÃcil de se demonstrar. Em suma, conhecer a empresa e a sua atuação no mercado é fundamental para analisar brechas que poderiam ser complementadas durante um estudo de caso. Hoje, com alta concorrência e economia bamba, vestir a camisa nunca foi tão importante para demonstrar segurança a quem contrata. Demonstrar que possui indicadores pessoais para se auto avaliar é um ponto de destaque. Abordar a responsabilidade com recursos fÃsicos e humanos também atrai os olhos de quem busca a famosa visão de dono.
Foto: divulgação/Olhar Digital