Desde a Grande Depressão, FMI prevê a ‘pior queda econômica’, por COVID-19

Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em 23 de março de 2020

A pandemia de coronavírus causará “a pior crise econômica desde a Grande Depressão” em 1929, estimou nesta quinta-feira (9) a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, que também alertou que países emergentes e pobres como os da América Latina “estão em grande risco”.

A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) enfatizou que o mundo está enfrentando uma “crise como nenhuma outra”.

Foto: © Brendan Smialowski Diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em 23 de março de 2020

Segundo o órgão com sede em Washington, 170 países de seus 189 membros devem registrar uma contração em sua renda per capita este ano.

A previsão mudou desde três meses atrás, quando o Fundo projetava um crescimento em 160 países.

Georgieva disse que o crescimento global será “marcadamente negativo” em 2020, sem citar números, em um discurso antes do início das reuniões semestrais do organismo, durante as quais a entidade multilateral publicará suas previsões.

Atualmente, a incerteza continua em relação à pandemia de coronavírus, que foi detectada na China no final de 2019 e continua a se espalhar por todo o mundo, causando dezenas de milhares de mortes e paralisando a atividade econômica.

“Ainda enfrentamos uma enorme incerteza sobre a profundidade e a duração da crise”, declarou Georgieva sobre as consequências do vírus respiratório.

A chefe do FMI indicou que, assim como a emergência de saúde atinge mais severamente as pessoas vulneráveis, espera-se que a crise afete mais os países mais pobres.

Georgieva apontou que países pobres e emergentes, na África, América Latina e parte da Ásia, enfrentam grandes riscos.

Ela explicou que eles têm menos recursos, com sistemas de saúde mais fracos, e também estão perigosamente expostos a distúrbios na demanda e na oferta, e com um “aperto drástico das condições financeiras”.

Por: AFP