Sem causar surpresa no mercado financeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu manter, por unanimidade, a taxa Selic em 6,50% ao ano. A decisão, segundo o Copom, levou em consideração o cenário básico de recuperação gradual da atividade econômica, o balanço de riscos e as projeções de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2019, 2020 e 2021 (em torno de 3,9%, 4,0% e 3,75%, respectivamente).
No entanto, o comitê avalia que a não continuidade do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira poderá afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte traçado para política monetária.
“Esse risco se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes. Se por um lado, diminuíram os riscos de curto prazo associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, por outro, aumentam os associados a uma desaceleração da economia global, em função de diversas incertezas, como as disputas comerciais e o Brexit”, enfatiza.
Na avaliação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), era de se esperar que não houvesse uma ação distinta do Banco Central e a medida é totalmente justificada para o momento. Segundo a entidade, apesar de a inflação se mostrar mais controlada do que o previsto; o câmbio, um pouco mais valorizado; e de haver boas perspectivas para aprovação de reformas – em especial, a da Previdência –, nada está de fato garantido.