Nesta quarta-feira (30), as autoridades colombianas confirmaram a causa do acidente com o avião que levava a delegação da Chapecoense para Medellín. O avião da operadora boliviana Lamia voava com menos combustível do que o mínimo exigido pela lei local. O órgão que estava avaliando as causas do acidente explicou que a “pane seca” deu origem ao problema elétrico que acabou derrubando a aeronave na tragédia que matou 71 pessoas e deixou 6 feridos.
Essas conclusões partem da comprovação de que não havia vestígio de combustível entre os destroços e também da gravação das conversas entre o avião e a torre de controle. “Uma das hipóteses que trabalhamos é que [o avião] não contava com combustível e que, por isso, tenha apagado subitamente os motores. Motores são a fonte elétrica. Você pode ter uma turbina adicional, mas se não tinha combustível, vai ter uma pane elétrica”, afirmou Fredy Bonilla, secretário de Segurança Aérea da Aeronáutica Civil da Colômbia, órgão com funções parecidas às da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), agência que regula voos no Brasil.
“As normas internacionais exigem que qualquer aeronave deve viajar com combustível suficiente para chegar ao aeroporto de destino, mais 30 minutos e ainda mais 5 minutos ou 5% da distância, que é o combustível reserva. Neste caso, lamentavelmente, a aeronave não contava com combustível suficiente. Vamos investigar para saber por que isso ocorreu”, completou ele.
Bonilla também constatou a série de acontecimentos que levaram à queda da aeronave. “Quando estava chegando a Medellín, havia mais dois voos com preferência de aterrissagem. Um deles, da VivaColombia, que tinha declarado emergência por vazamento de combustível. O piloto, então, disse não ter problema algum e deu meia volta para esperar sua vez. Em cima da hora, ele avisou a torre de controle que estava com pouco combustível, declarou emergência, pane elétrica e caiu.” Ele ainda disse que o aeroporto tentou contornar a situação, passando o avião à frente na fila de preferência, mas já era tarde.
Na Bolívia, para cumprir os regulamentos de tráfego aéreo exigidos, o avião deveria ter combustível suficiente nos tanques para voar, no mínimo, por mais uma hora. Além do combustível necessário para fazer a rota prevista, aviões a jato devem ter uma reserva para mais 5% (no Brasil são 10%) do tempo total de viagem, que é o necessário para chegar com segurança a outro aeroporto como alternativa e, também, o suficiente para voar por mais 30 minutos.
Foto: Reprodução
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