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A China disse hoje (27) que o apelo dos Estados Unidos (EUA) à comunidade internacional para que apoie uma participação “robusta e significativa” de Taiwan nos trabalhos da Organização das Nações Unidas (ONU) representa a maior ameaça à paz e à estabilidade na região.

“A China opõe-se firmemente aos últimos comentários feitos sobre a questão pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e apresentou uma reclamação formal a esse respeito”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian, em entrevista coletiva.

Blinken encorajou todos os Estados-membros das Nações Unidas a unirem-se a Washington, “para apoiar uma coordenação forte e significativa de Taiwan em todo o sistema da ONU e na comunidade internacional”.

O secretário de Estado argumentou que Taiwan é uma “história de sucesso democrático” e um “parceiro valioso” e “amigo de confiança” dos Estados Unidos.

As declarações foram dadas logo após o 50º aniversário da incorporação da República Popular da China nas Nações Unidas, o que implicou a saída de Taiwan.

China e Taiwan vivem como territórios autônomos desde 1949, época em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

O nome oficial de Taiwan é República da China.

Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação por meio da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

“O apoio dos Estados Unidos aos separatistas de Taiwan, na procura por espaço internacional no seu caminho para a independência, é a maior ameaça à paz e à estabilidade no Estreito de Taiwan”, afirmou a Embaixada da China nos Estados Unidos, em comunicado.

A representação diplomática acrescentou que os “EUA não podem desafiar e distorcer o princípio de uma só China`”, segundo o qual Washington reconhece Pequim como o único governo legítimo de toda a China, com o entendimento de que Taiwan teria um futuro pacífico.

Os Estados Unidos mantêm, no entanto, laços não oficiais com Taiwan e são o seu principal fornecedor de armamento.

A líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, agradeceu a Blinken pelas palavras no Twitter, nessa terça-feira (26), e garantiu que a ilha continuará a “trabalhar com os seus parceiros para superar as dificuldades enfrentadas pela comunidade internacional”.

A tensão entre os EUA e a China em torno da ilha aumentou nas últimas semanas, como resultado das últimas incursões aéreas chinesas perto de Taiwan e relatos de que Washington destacou pequeno contingente de militares em Taiwan para treinar o Exército local.