O presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Joaquim Silva e Luna, afirmou em entrevista à Reuters, que a companhia não irá segurar os preços dos combustíveis. “A chance disso (segurar preços) acontecer é nenhuma”, disse o general da reserva, em relação à importância da companhia ser guiada pelas regras de mercado na definição dos preços.
“Eu considero zero. A Petrobras é uma empresa muito bem regulada, com normas de conformidade. Nenhum colegiado vai aprovar uma coisa dessas”, acrescentou, ao ser questionado pela Reuters se a empresa voltaria a ser utilizada como instrumento de controle da inflação – como ocorreu em governos do PT, gerando prejuízos à petroleira.
Para amenizar o impacto da alta, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu usar os dividendos da Petrobras para um fundo com a finalidade de segurar o preço dos combustíveis na bomba para os consumidores.
Já a Petrobras aprovou a destinação de R$ 300 milhões, em um período de 15 meses, para a criação de um programa social que vai subsidiar o acesso a famílias em vulnerabilidade para a aquisição de gás de cozinha.
Segurar preços não é solução
De acordo com Luna, o presidente Jair Bolsonaro e os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, estão convencidos de que segurar os preços dos combustíveis não é a solução, já que isso representaria a “destruição do esforço que foi feito para recuperar a companhia”.
Entretanto, Luna afirmou, segundo a Reuters, que a petroleira apoia estudos para soluções, dentro do governo, para evitar as volatilidades e as altas expressivas de preços. Entre elas, há discussões para o uso de recursos públicos que sirvam como um “colchão” para amortecer os valores dos combustíveis.
“Uma solução está sendo construída como nosso presidente e com vários ministérios… tem países que já usam e tem um fundo para ser usado em momentos de dificuldades”, disse. “A melhor forma de a Petrobras contribuir é pagando tributos, dividendos, royalties e (gerando) empregos. Não fazendo política social”, acrescentou.
Nesta semana, a Petrobras promoveu um novo reajuste no preço do diesel em cerca de 9%. Dessa forma, os valores do combustível nas refinarias da empresa já avançaram mais de 50% no ano, assim como a gasolina.
Causou alvoroço ainda no mercado – gerando volatilidade em suas ações – a convocação, no meio do pregão na segunda-feira (27), de uma coletiva pelo comando da Petrobras, quando a companhia reforçou que não vai mudar sua política de preços.
Preços no exterior
Conforme Luna, a expectativa é de que o último trimestre do ano seja de pressão altista de preços do petróleo por conta da maior demanda por derivados no hemisfério norte, mas afirmou estar na torcida para um alívio da cotação do dólar frente ao real para compensar essa perspectiva à commodity.
Caso o dólar e o Brent continuem subindo – o que é uma “tempestade perfeita”, segundo suas palavras –, ele reconhece que a estatal poderá voltar a discutir a possibilidade de mudanças estruturais de cenário.
*Com informações da Reuters