O comitê científico que assessora o governo do Canadá sobre questões de imunização estendeu a sua recomendação sobre o uso da vacina AstraZeneca contra a Covid-19 para pessoas com 65 anos ou mais. Esta é uma reviravolta para o Comitê Consultivo Nacional de Imunização (CCNI), que no início de março recomendou limitar o uso da vacina AstraZeneca para pessoas com idades entre 18 e 64 anos.
O comitê inicialmente limitou o uso da vacina por causa do “pequeno” número de pessoas com 65 anos ou mais que participaram dos ensaios clínicos de fase 3 da vacina AstraZeneca, informou.
No entanto, “evidências” do Reino Unido, onde a vacina farmacêutica anglo-sueca foi administrada a pessoas com 65 anos ou mais, demonstra “a alta segurança e eficácia da vacina AstraZeneca em idosos, particularmente contra os casos graves da covid-19 e hospitalização”, disse o CCNI.
A recomendação acontece depois que países, incluindo Alemanha, França e Itália, suspenderam o uso da vacina AstraZeneca como medida de precaução após relatos de coágulos sanguíneos, embora nenhuma relação entre estes e o produto administrado tenha sido estabelecida.
“Neste momento, o Ministério da Saúde canadense está monitorando os eventos, mas considera que, dados os riscos associados à covid-19 (…) é preferível continuar vacinando com as vacinas disponíveis no Canadá, incluindo a AstraZeneca”, explicou um chefe do departamento, Marc Berthiaume, em coletiva de imprensa.
“Nossa recomendação não está relacionada ao que está acontecendo na Europa”, disse a presidente do CCNI, Dra. Caroline Quach.
Os lotes de vacinas AstraZeneca recebidos no Canadá vêm do Instituto Serum da Índia e são diferentes dos administrados na Europa, acrescentou Berthiaume.
“A vacina AstraZeneca é atualmente considerada, com base nos dados disponíveis, como segura, eficaz e de boa qualidade”, disse ele.
No entanto, o comitê recomenda, “no contexto de fornecimento limitado de vacina”, que as pessoas com risco aumentado de doença grave e morte tenham prioridade para receber doses de vacinas de RNA mensageiro, como as da Pfizer-BioNTech e Moderna.
*Com informações da IstoÉ