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A Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto de lei do programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas. Foram 360 votos a favor e 18 contra. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), convocou os deputados para sessões presenciais durante a semana, mesmo com o feriado de 7 de setembro, para agilizar a tramitação da matéria.

A expectativa é que o mérito do projeto seja votado nesta terça (5). Com a aprovação da urgência, o texto vai a votação diretamente no plenário, sem precisar passar pelas comissões. A aprovação da urgência permite que a pauta seja analisada pelo plenário da Câmara sem a necessidade de passar por uma comissão especial, como prevê o rito de tramitação.

A proposta também trata do programa Desenrola, lançado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para renegociar dívidas. A ideia, conforme o deputado, é que o setor elabore uma proposta de regulamentação sobre o assunto em 90 dias. O prazo começa a valer após a sanção do projeto. O texto precisará do aval do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central (BC).  Caso o setor não cumpra o prazo, “o total cobrado a título de juros e encargos financeiros cobrados não poderá exceder o valor original da dívida”. Na prática, é como se a dívida ficasse “congelada”.

“Hoje um juros abusivo, um juros muito alto, na média de 440% ao ano e que precisa, de fato, de uma limitação, porque não dá para continuar dessa maneira. O Brasil é um dos países que mais cobram juros do cartão de crédito, fazendo com que as famílias voltem a se endividar e não consigam pagar, virando uma bola de neve, uma dívida que só cresce”, disse o relator do texto, o deputado Alencar Santana (PT-SP).

Especialistas consideram que os juros desse tipo de crédito são abusivos. Em junho, a taxa chegou a 440% ao ano, a maior do mercado financeiro. De acordo com o Banco Central (BC), nesse patamar, os juros desse tipo equivalem a uma taxa de 15% ao mês.

Em agosto, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que avalia extinguir o rotativo do cartão, que é adicionado sobre o saldo devedor de forma automática. No lugar, segundo Campos Neto, seria proposto ao devedor o parcelamento desse saldo. A ideia é que os juros fossem de cerca de 9% ao mês. Atualmente, a taxa é de 15%.

*Por R7 e CNN / Foto: Plenário da Câmara dos DeputadosREUTERS/Adriano Machado