Com o objetivo de manter competitividade no mercado, empresas buscam utilizar as melhores práticas disponíveis para a gestão de riscos, assunto que vem conquistando cada vez mais relevância estratégica e permeando a cultura organizacional. Nesse cenário, o Brasil se destaca entre os países da América Latina, com 36% das empresas em bons níveis de maturidade na área, de acordo com dados da consultoria Marsh.
Segundo Alexandre Oliveira, Diretor de Riscos da Matera, empresa de tecnologia para o mercado financeiro, varejista e de gestão de riscos, os negócios estão sempre propensos a perdas decorrentes de fatores internos e externos, com potencial de impactar os objetivos estratégicos ou, até mesmo, a continuidade de uma organização.
“As empresas estão tomando conhecimento do quão importante é ter uma gestão de risco, tanto que 39% das corporações já tem esse processo estabelecido. O que muitos executivos precisam entender é que essa questão deve estar atrelada a cultura organizacional, fazendo parte do DNA”, comenta Oliveira.
No levantamento da Marsh, conseguimos identificar os principais desafios para implementar a cultura de riscos e os níveis de maturidade de cada uma delas para lidar com essa questão, veja mais:
1- Não desenvolvido
Quando não existe um enfoque estruturado para identificar e gerenciar os riscos. As práticas são básicas e não aplicadas de maneira consistente, mas há oportunidade de melhoria;
2 – Formalizado
Neste nível, as políticas estão sendo estabelecidas e as práticas estão em processo de desenvolvimento. Há um bom entendimento e conscientização sobre as práticas, com oportunidades significativas de melhorias;
3 – Estabelecido
O processo já foi implementado e as práticas estão estabelecidas, sendo aplicadas de maneira consistente com os melhores níveis de conscientização pela administração e pelos funcionários;
4 – Implantado e interiorizado
Existe um foco proativo na Gestão de Risco em todos os níveis da organização. As práticas de gestão de riscos já estão em um nível avançado e são aplicadas de maneira consistente;
5 – Otimizado
A melhoria contínua está sendo realizada e o conjunto completo de atividades é executado. Nesta etapa, há níveis muito elevados de entendimento e conscientização das práticas de gestão de risco por parte da administração e dos funcionários.
A pesquisa ainda aponta que, quando analisamos a gestão de riscos no Brasil, o cenário é bem semelhante a América Latina. Porém, o país se destaca com o maior número de empresas em nível avançado de maturidade, com 36% entre os níveis 4 e 5. Se observarmos as empresas com processos já otimizados (nível 5), o Brasil está a frente com 12,5%, seguido por Argentina (6,7%), Chile (6,7%) e México (5,6%). Já em relação a setores, construção civil (10% nível 5) e financeiro (46,2% nível 4) são considerados os mais avançados.
O estudo apresenta que o maior risco é a concorrência de mercado, seguido do financeiro e do regulatório. No Brasil, um dos riscos que chama a atenção é o compliance. Depois de uma série de casos de corrupção em grandes empresas do país, vivemos uma onda no qual a área ganhou uma grande notoriedade nas empresas nacionais, iniciando uma mudança cultural nas empresas.