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O Brasil encerrou 2018 com déficit em transações correntes de US$14,5 bilhões (0,77% do PIB), superior ao déficit do ano anterior, US$7,2 bilhões (0,35% do PIB), apesar de o mês de dezembro registrar saldo inferior ao de dezembro de 2017. No último mês do ano, o déficit das transações correntes totalizou US$ 815 milhões, inferior ao do ano passado, que totalizou US$2,1 bilhões. De acordo com o Banco Central, a redução do déficit deveu-se principalmente à ampliação do superávit comercial, de US$4,6 bilhões, em dezembro de 2017, para US$6,2 bilhões, em dezembro de 2018.
Já as exportações de bens totalizaram US$19,5 bilhões, variação de 11,1% com relação a dezembro de 2017. As importações de bens somaram US$13,3 bilhões, expansão de 3,1%, na mesma base de comparação. No ano, as exportações cresceram 10,0%, e as importações, 21,0%, relativamente a 2017, proporcionando redução de 16,3% no superávit comercial de 2018, para US$53,6 bilhões. No ano, as importações líquidas no âmbito do Repetro foram estimadas pelo Banco Central em US$3,9 bilhões.
O déficit na conta de serviços atingiu US$ 3,3 bilhões no mês de dezembro, 10,9% inferior ao observado em dezembro de 2017. As reduções nas despesas líquidas de transportes (10,6%), viagens (18,5%), e aluguel de equipamentos (8,9%) destacaram-se. Em 2018, o déficit em serviços permaneceu estável, em US$34 bilhões Houve aumento das despesas líquidas de transportes (23,7%), e diminuições das despesas líquidas de viagens (6,4%) e aluguel de equipamentos (10,7%), em comparação com o ano anterior.
Em dezembro, a renda primária cresceu 7,1% na comparação com dezembro de 2017, somando US$3,9 bilhões. Os gastos líquidos com juros somaram US$2,4 bilhões no mês, aumento de 3,4% na comparação interanual, com expansão de receitas e despesas. As despesas líquidas de lucros e dividendos somaram US$1,5 bilhão, aumento de 12,4% ante dezembro de 2017. No ano, o déficit em renda primária recuou 8,4%, para US$36,7 bilhões. A receita bruta de juros cresceu de US$5,5 bilhões, em 2017, para US$8,0 bilhões, em 2018 (45,3%), fruto da elevação das taxas de juros externas e de seus efeitos na remuneração das reservas internacionais. O déficit em lucros e dividendos totalizou US$16,9 bilhões em 2018, aumento de 7,1% em comparação ao ano anterior.
Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos de US$9,0 bilhões no mês, ante US$3,1 bilhões em dezembro de 2017. No ano, o IDP alcançou, US$88,3 bilhões, equivalentes a 4,70% do PIB, percentual mais elevado desde junho de 2001 (4,79% do PIB). O crescimento das operações intercompanhia, em particular dos empréstimos de filiais no exterior para matrizes no Brasil contribuiu para o desempenho dos fluxos de IDP observados no ano.
As saídas líquidas de investimentos em ações, fundos de investimento e títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico somaram US$4,5 bilhões. No ano, ocorreram saídas líquidas de US$12,0 bilhões, comparadas a ingressos líquidos de US$226 milhões em 2017. As saídas líquidas de instrumentos de portfólio negociados no país concentraram-se em ações e fundos de investimento, que passaram de ingressos líquidos de US$5,3 bilhões, em 2017, para saídas líquidas de US$7,7 bilhões em 2018.