Após crise longa, varejo volta a crescer

 - REVISTA MAISJR(Crédito: Reprodução) 

Ainda longe de reverter as perdas geradas pela crise, o varejo brasileiro encerrou 2018 com saldo positivo de 8,1 mil novas lojas no ano passado. Esse resultado interrompe uma sequência de três anos no vermelho, uma vez que, entre 2015 e 2017, o setor fechou cerca de 223 mil estabelecimentos comerciais por conta da recessão. A conclusão é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projeta a abertura de 23,3 mil novos estabelecimentos até o fim de 2019.

Para Fabio Bentes, economista-chefe da CNC a inflação abaixo da meta, a redução dos juros ao consumidor, a reação do mercado de trabalho e até mesmo a disponibilização de recursos como os saques nas contas do PIS/Pasep criaram, ao longo de 2018, condições mínimas para a expansão do consumo e, consequentemente, para o aumento real das vendas do setor. “A recuperação gradual da confiança dos consumidores também permitiu boa performance a segmentos mais dependentes das condições de vendas a prazo”, diz.

Entre os segmentos que destacaram positivamente em termos de números no ano passado, o de hiper e supermercados liderou a abertura (4.510), seguido pelo de lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1.747) e pelas drogarias, farmácias e lojas de cosméticos (1.439). À exceção dos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-176) e de material de construção (-926), os demais ramos abriram mais pontos de venda do que fecharam no ano passado.

Em 15 das 27 unidades da Federação foram registradas mais aberturas do que fechamentos, destacando-se de forma positiva os Estados de São Paulo (+3.883), Santa Catarina (+1.706) e Minas Gerais (+940).

De acordo com a CNC, o volume de vendas do varejo deve crescer 5,8% em 2019. “Levando-se em conta esse cenário e a defasagem entre o crescimento das vendas e a natural contrapartida da abertura de novos pontos de venda no varejo nacional, a expectativa  é que, o varejo  feche o ano com  o maior saldo de abertura de lojas desde 2013”, avalia o economista