A modelo Helena Gomes, que foi agredida pelo empresário Thiago Brennand dentro de uma academia de luxo, em São Paulo, falou sobre a autorização de extradição dele. O homem foi detido nos Emirados Árabes e aguarda a chegada de policiais federais, que irão trazê-lo de volta ao Brasil. Por aqui, ele responde a oito processos por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado e tem cinco mandatos de prisão em aberto.
Em entrevista ao site G1, Helena falou sobre a importância dessa volta do empresário ao país, para que possa responder por seus atos. Além disso, ela ressaltou que outras vítimas podem criar a coragem para denunciá-lo.
“Eu acredito que a extradição dele vai fazer com que todas as outras mulheres que não tiveram coragem de se pronunciar, tenham coragem agora”, disse ela.
“É realmente um ato de coragem. Da minha parte? Eu acredito que mais das mulheres, que infelizmente tiveram que passar por essa situação. Eu tive uma briga. Essas mulheres, a grande maioria, passou por uma violência sexual. É um ato que realmente inibe o sentimento de qualquer mulher, coloca ela em um ponto muito vulnerável. Vocês realmente são muito valentes”, afirmou a modelo.
Helena disse que recebeu muitas mensagens depois que a extradição foi autorizada e agradeceu por todo apoio e pelas outras vítimas que também fizeram suas denúncias.
“Com relação a todas as mulheres que entraram em contato com a gente, que tiveram coragem de quebrar esse medo para poder expor o que aconteceu, só tenho a agradecer. É por conta dessas mulheres – tem homens também envolvidos – que esse processo está conseguindo ter andamento”, disse Helena.
A defesa de Thiago Brennand não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação dessa reportagem.
Autorização da extradição
Brennand se tornou réu em oito processos no Brasil. Em cinco deles, teve a prisão preventiva decretada, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa dele tentou revogar essas decisões que pesam contra ele, alegando que o empresário queria deixar os Emirados Árabes e entregaria seu passaporte no Brasil, mas desde que não fosse preso. No entanto, a solicitação foi negada.
A autorização para a extradição ocorreu no sábado (15). No domingo (16), a Secretaria Nacional de Justiça, vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), informou que o procedimento de extradição seguirá seus trâmites regularmente.
Ele foi detido na segunda-feira (17), quando a inteligência da polícia local desconfiou que ele poderia tentar fugir para a Rússia, onde tem amigos e já viveu por um período antes da pandemia de covid-19. De acordo com informações da TV Globo, ele resistiu à prisão, alegou “inocência” e disse que está sendo “injustiçado”.
O empresário segue mantido em um hotel em Abu Dhabi, onde aguarda a chegada de um delegado e três agentes da Polícia Federal ao país. A previsão é que ele seja extraditado ao Brasil até a próxima sexta-feira (21).
O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo, informou que, depois que Brennand chegar ao Brasil, ele será levado a um Centro de Detenção Provisória e que a Polícia Civil assumirá as investigações.
*Por Metro Jornal