No carnaval o consumo de bebidas alcoólicas em um curto espaço de tempo aumenta. Mas engana-se quem pensa que no dia seguinte só a ressaca e dores de cabeça são sinais dos efeitos do álcool: a pele também sofre. O álcool em excesso não apenas piora a qualidade da pele, como pode acelerar o processo de envelhecimento cutâneo. “Quem ingere álcool em excesso, sente muita sede, principalmente no dia seguinte. Isso acontece porque o organismo precisa de água para metabolizar o álcool. No entanto, se não houver água suficiente, o organismo busca nos tecidos periféricos a água para realizar o seu trabalho. E esse é o grande problema, pois a perda d’água afeta a pele, diminuindo o viço e colaborando para o ressecamento e a descamação”, explica a dermatologista Dra. Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Por isso, após exagerar na bebida, acordamos com a pele seca e sem brilho. Além disso, estudos comprovam que pessoas que bebem muito tendem a envelhecer até duas vezes mais rápido do que aquelas que não bebem. “O álcool estimula a produção de radicais livres, que em contato com as células danificam a sua estrutura, causando envelhecimento precoce e flacidez”, alerta a especialista.
É muito comum também que as pessoas fiquem com a pele avermelhada após beberem. Segundo a dermatologista, isso ocorre porque o álcool é um agente vasodilatador, o que provoca alterações nas células da pele levando a uma série de complicações como rosácea e o aumento da oleosidade na face. “Os cabelos e as unhas também sentem os efeitos do álcool. Nos cabelos, o álcool pode agravar a dermatite seborreica, aumentando a incidência de caspa. Nas unhas, ocorre o enfraquecimento com o possível surgimento de manchas brancas”, afirma a Dra. Thais.
Além disso, novos estudos apontam o consumo de álcool como um fator de predisposição para o câncer de pele não melanoma. “O consumo de álcool envolve um aumento no risco de queimaduras solares. Também, o acetaldeído, substância responsável pela ressaca produzida pela metabolização do etanol no organismo, pode interferir na síntese e reparação do DNA. Porém, a relação entre o consumo de álcool e o risco de câncer de pele não melanoma ainda não é conclusiva”, explica a especialista.
De acordo com a médica, quanto mais elevado o teor de bebida alcoólica, mais difícil a recuperação da pele ou mais intenso o dano causado. Por isso, alguns cuidados devem ser tomados para diminuir os malefícios do álcool na pele. Por exemplo borrifar água e utilizar cremes hidratantes no rosto são ótimas medidas para uma recuperação rápida do tecido. Consumir alimentos leves também é uma boa medida para diminuir os efeitos do álcool, não só na pele como em todo organismo, pois ingerir alimentos de fácil digestão faz com que o corpo elimine o álcool com maior rapidez. Além disso, uma alimentação saudável melhora a qualidade da pele. “Porém, o mais importante é manter-se hidratado a todo momento, não apenas após beber, mas enquanto bebe também. Junto ao álcool tome água ou água de coco. A água de coco possui açúcares, aminoácidos essenciais, fatores de crescimento celular e substâncias hidratantes que alimentam a pele e resgatam a água perdida, deixando-a com uma aparência melhor”, finaliza a Dra. Thais Pepe.