Andreas Richthofen, de 36 anos, irmão de Suzane Richthofen, condenada por matar os próprios pais, não foi mais visto desde que ela passou a cumprir o regime aberto, em janeiro do ano passado. Esse isolamento tem gerado problemas ao rapaz, que está sendo processado em função de uma dívida milionária sobre impostos das casas que herdou. Além de deixar os imóveis em situação de abandono, sendo que alguns já foram invadidos, o rapaz também não quita a taxa de manutenção do túmulo onde os pais estão enterrados, em São Paulo.
Conforme o jornalista Ulisses Campbell, que assina o blog “True Crime”, no jornal “O Globo”, apesar de ser o único herdeiros dos bens do casal Richthofen, entre eles carros, terrenos e seis imóveis, avaliados em R$ 10 milhões na época do espólio, Andreas não tem demonstrado interesse em cuidar do patrimônio.
Segundo revelado por Campbell, Andreas enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados, somando débitos de aproximadamente R$ 500 mil.
Os imóveis foram deixados em situação de abandono e, dois deles, que ficam no bairro Campo Belo, foram invadidos. Essas pessoas já obtiveram o título de propriedade por usucapião, que é quando a pessoa não era a dona, mas passou a cuidar do local por um período prolongado. Outra casa de Andreas, que fica na Rua Barão de Suruí, na Vila Congonhas, também foi invadida e está ocupada.
Amigos do rapaz contaram ao jornalista que ele não quer se desfazer dos imóveis, pois mantê-los seria uma forma de preservar a memória dos pais. Porém, ele também não quer que Suzane tenha acesso a eles. Como não é casado e não tem filhos, a irmã seria sua única herdeira.
Campbell destacou que, nos autos dessas ações judiciais, os procuradores do município de São Paulo afirmam que vão preparar ações para levar os imóveis de Andreas a leilão, já que ele se recusa a quitar os débitos.
Entre os débitos acumulados por Andreas, está a manutenção do túmulo em que os pais estão enterrados, no Cemitério do Redentor, no Sumaré, Zona Oeste da Capital.
Campbell destacou que a taxa está atrasada há quatro anos, sendo R$ 650 por semestre. Em 2019, quando a sepultura quase foi a leilão por inadimplência, Miguel Abdalla Netto, tio de Suzane e Andreas, quitou os valores. Desde então, os pagamentos seguem em aberto.
“O túmulo da família von Richthofen é cuidado por nós porque sabemos o drama pessoal que o Andreas vive. Esse garoto é a maior vítima dessa tragédia, e essa sepultura é simbólica para os coveiros e jardineiros. Não merece ser engolida pelo mato”, disse um funcionário.
Como está Suzane Richthofen?
Suzane Richthofen, de 40 anos, segue levando uma vida tranquila em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Nesta quinta-feira, ela completa um ano cumprindo pena no regime aberto. Imagens publicadas pelo Portal Leo Dias mostraram a ex-presidiária, que está grávida, fazendo compras em um supermercado da cidade (veja abaixo):
Conforme a publicação, as imagens foram registradas nos primeiros dias deste ano. Suzane chegou ao supermercado em um VW/Polo. Após estacionar, ela entrou no estabelecimento e encheu o carrinho de compras e foi embora. Bem arrumada, ela exibia a gestação da primeira filha.
A ex-presidiária vive em um condomínio de luxo em Bragança Paulista com o namorado, o médico Felipe Zecchini Muniz. Ele já teria enfrentado problemas profissionais e até familiares por conta do relacionamento.
A gravidez de Suzane foi revelada em setembro do ano passado por Ulisses Campbell, que destacou que ela, inclusive, já teria escolhido o nome da menina: Isabela. A notícia causou revolta na mãe de Isabella Nardoni, que seria o alvo de uma homenagem, mas o jornalista destacou que a escolha não teve nada a ver com a menina que morreu após ser jogada de um prédio.
Depois disso, ela teria conhecido Muniz pelo Instagram e eles passaram a manter conversas, engatando o relacionamento. Em julho deste ano, ela teria descoberto a gravidez e os dois passaram a morar juntos.
Segundo a Justiça, Suzane Richthofen planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do casal. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.
Logo depois do início das investigações, a jovem foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.
Ela tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início de 2023, ela finalmente conseguiu o benefício.