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O número de casos de dengue no Brasil pode chegar a 5 milhões, em 2024, segundo estimativa do Ministério da Saúde. De acordo com Ethel Maciel, secretaria de Vigilância em Saúde, em coletiva de imprensa realizada em dezembro, a projeção do número de casos da doença este ano no país varia de 1,7 milhão até 5 milhões, com uma média de 3 milhões. As previsões foram feitas em uma parceria entre a pasta e o InfoDengue, da Fiocruz.

A projeção do aumento de casos se deve a uma combinação de fatores, em especial calor e chuva intensos, e ao ressurgimento recente dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil. Atualmente, os quatro sorotipos da doença (1, 2, 3 e 4) circulam no país, em uma situação considerada “incomum”, segundo Maciel.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Centro-Oeste deve encarar um cenário epidêmico. Também há risco de epidemia no Sudeste, em especial Minas Gerais e Espírito Santo. No Sul, o principal estado de risco é o Paraná. Já no Nordeste, a expectativa é que o cenário não chegue a um nível epidêmico, apesar do aumento dos casos.

Em 2023, o Brasil bateu o recorde de ano com mais mortes causadas pela dengue. De acordo com o painel de monitoramento das arboviroses, mantido pelo Ministério da Saúde, são 1.079 óbitos confirmados até o último dia 27, além de outros 211 que estão em investigação.

Em relação aos casos, foram 1.641.278 diagnósticos prováveis da infecção pelo vírus até o fim de dezembro, 52.160 com evolução para hospitalização. O número é 17,8% mais alto que o total registrado no ano anterior – 1.393.684. Porém, permanece abaixo de 2015, quando o Brasil atingiu o recorde de 1.688.688 casos de dengue.

Um levantamento divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no fim do ano passado apontou que o Brasil lidera o número de casos de dengue no mundo, com 2,9 dos 5 milhões de casos registrados em 2023.

A dengue é uma doença cíclica, que provoca um número maior de casos geralmente de três em três anos. No entanto, na última década os diagnósticos e desfechos mais graves da doença têm alcançado patamares mais elevados.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, alertou, em coletiva de imprensa realizada em dezembro, que cerca de 74% das larvas do mosquito são encontradas próximas às residências e no entorno das casas. Portanto, é necessário receber os agentes que combatem os criadouros do mosquito e também tomar medidas de prevenção, como manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas. Usar repelente, roupas compridas e instalar telas mosquiteiros em casa também ajudam a prevenir a doença.