A produção industrial brasileira ficou estável no mês de setembro, depois de uma pequena alta em julho (0,2%), mantendo a tendência observada ao longo de 2023. No acumulado nos últimos 12 meses, a variação foi nula. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira pelo IBGE.
Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, o resultado de setembro não altera o comportamento de menor dinamismo da indústria nos últimos meses e o setor ainda se encontra 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia (considerando fevereiro de 2020).
No primeiro trimestre de 2023, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve crescimento nulo. O crescimento do setor chegou a 0,3% no segundo trimestre e voltou ao patamar nulo no terceiro trimestre.
A principal influência positiva no resultado em setembro veio da indústria extrativa, com aumento de 5,6% na atividade, o que evitou desempenho ainda pior do setor. A maioria dos grupos pesquisados (20 entre 25) variaram negativamente, puxando o indicador para baixo.
— Em linhas gerais, a taxa de juros elevada, mesmo com o movimento de redução verificado nos últimos meses, nos ajuda a entender esse comportamento do setor industrial, com influência direta sobre as decisões de investimento, por parte das empresas, e de consumo, por parte das famílias. Para além disso, explica o crédito ainda caro e as elevadas taxas de inadimplência — afirma Macedo.
O setor de indústrias extrativas, segundo o pesquisador, embora tenha crescido diante de uma base fraca de comparação, foi favorecido pela maior extração de petróleo e minérios de ferro em setembro.
— Esse segmento representa aproximadamente 15% da indústria total e exerce o principal impacto positivo no consolidado do ano — ressalta Macedo.
Por O Globo