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A Itália aprovou esta semana um decreto para impedir que navios de grande calado entrem nos canais do centro de Veneza. Não é a primeira vez que isso acontece, mas o governo garante que, desta vez, será para valer. A medida era uma das exigências da Unesco para não colocar o cartão postal italiano em uma lista de patrimônios em risco.

Agora, no entanto, o governo garante que, a partir de 1º de agosto, navios com mais de 25 mil toneladas, como os de cruzeiro, não passarão mais pela rota tradicional da Bacia de San Marco e do Canal da Giudecca, em pleno centro histórico da cidade. “Não é exagero definir esse dia como histórico”, declarou à imprensa o ministro da Cultura, Dario Franceschini, após uma reunião do Executivo italiano, em Roma.

Atualmente, navios de cruzeiro atracam em um terminal de passageiros ao lado da principal estação ferroviária da cidade. O novo decreto, no entanto, estabelece que os grandes navios sejam redirecionados temporariamente para o porto comercial de Marghera, na parte continental de Veneza. Planos apresentados pelo governo em 2017 e em março de 2021 já previam a transferência. O porto precisou ser adaptado para receber cruzeiros.

Enquanto isso, o governo já lançou um concurso internacional para tentar resolver o problema. O vencedor será anunciado em 30 de junho de 2023. Segundo Franceschini, quem sofrer prejuízos com a mudança de rota receberá indenizações do governo, que destinou 157 milhões de euros para financiar o projeto. A medida também declara a Bacia de San Marco e o Canal de Giudecca como “monumento nacional”.

Unesco

A Unesco elogiou a decisão da Itália de banir navios de grandes dimensões do centro histórico de Veneza. Em seu perfil no Twitter, a diretora-geral da entidade, Audrey Azoulay, disse que a medida é “uma notícia muito positiva e um passo importante que contribui significativamente para a proteção desse patrimônio único”.

Em junho passado, a Unesco havia ameaçado colocar Veneza em uma lista de patrimônios em risco caso o governo não apresentasse uma “solução urgente” para a passagem dos cruzeiros pelo centro histórico da cidade. A questão será analisada na próxima reunião anual da entidade, entre 16 e 31 de julho.

*Por Veja.COM

*FOTO: Miguel Medina/AFP