A coleção da nova grife do rapper Emicida, LAB, que estreia na passarela da 42ª SP Fashion Week. A coleção foi concebida em conjunto com seu irmão Fióti (produtor, artista e sócio de Emicida no selo Laboratório Fantasma) e com o estilista João Pimenta.
Composta de peças street mais sofisticadas, a coleção se inspira no mito do samurai africano — um escravo oriundo de Moçambique trazido ao Japão por um jesuíta e educado como samurai por um mestre japonês — para propor um amálgama de referências culturais a partir da malha, do moletom e da alfaiataria que imprime às peças tanto a estética oriental quanto as técnicas de estampas africanas.
Emicida explicou o significado do lançamento da LAB. “É poder mostrar o nosso universo e a nossa maneira de fazer as coisas, que desde o começo foi muito plural, sempre procurando incluir as pessoas, e não segregar”, diz. Emicida é um aficcionado por estampas africanas, que compra e encomenda os mais diversos desenhos e tecidos. No entanto, afirma que seu desejo com a LAB era inovar, por isso fundiu diversas estéticas tradicionais e para embalá-las em uma linguagem urbana. “Pegamos uma estampa como a samacaca africana e damos uma estética oriental. E os dois universos conversam. Ficou bem rico, sem tirar o olho do street.”
A pluralidade não está presente apenas no caldeirão de influências estéticas, mas também na proposta da LAB de trabalhar com peças genderless e com a oferta de uma grade ampliada para vestir todos os tipos de corpo — nas palavras de Fióti, “um design que une e serve para quem quiser usar”. Sobre o desfile na SP Fashion Week, Fióti fez suspense. “Tivemos algumas reuniões com o Paulo Borges [idealizador do evento] para discutir o formato, mas ainda não sabemos exatamente. E também tem o fator surpresa.”
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