A foto da próxima edição da revista Vogue americana, que traz Kamala Harris na capa, é alvo de várias polêmicas há dias. A publicação, que foi acusada de ter clareado o rosto da futura vice-presidente dos Estados Unidos na imagem, também é criticada por ter escolhido uma foto na qual a democrata aparece usando um par de tênis, em uma postura vista como descontraída demais. Anna Wintour teve que se explicar.
Desde que a imagem foi divulgada no fim de semana a polêmico começou nas redes sociais. Primeiro, os internautas afirmaram que o rosto de Kamala Harris teria sido clareado. Em seguida, as críticas visaram a própria escolha da foto, considerada muito informal para uma vice-presidente.
As imagens da capa foram feitas por Tyler Mitchell, um fotógrafo negro que também assinou uma capa da Vogue com Beyoncé, em 2018. A foto escolhida para a capa mostra Kamala Harris usando tênis, diante de uma cortina verde e rosa – símbolo da associação estudantil da qual ela fazia parte. Segundo a própria revista, a futura vice-presidente posou em várias outras fotos, inclusive uma mais formal, na qual aparece, de braços cruzados, usando um tailleur azul, diante de um fundo amarelo. Uma imagem que, segundo os internautas, seria muito mais adequada para ilustrar a importância do cargo que a democrata assumirá em 20 de janeiro, no momento da posse de Joe Biden.
Ela disse que a imagem é “alegre e otimista” e que “não pode imaginar que alguém veja algo além disso”. Para a executiva, a foto resume uma personagem política que “vai dar a esse país a liderança que ele precisa” e que representa “uma afirmação muito importante e positiva sobre as mulheres e as mulheres no poder”. Anna Wintour não se exprimiu sobre as acusações de que a revista teria clareado o rosto de Kamala Harris.
A futura vice-presidente não se manifestou sobre o assunto. No entanto, sua equipe não escondeu sua surpresa ao tomar conhecimento da foto escolhida pela revista para ilustrar a capa da publicação.
Outras polêmicas envolvendo Anna Wintour
Anna Wintour vem sendo alvo de várias críticas nos últimos meses. A executiva, que ficou mundialmente conhecida por ter inspirado a personagem principal do filme “O Diabo Veste Prada”, foi acusada no auge do movimento Black Lives Matter de não dar espaço suficiente para estilistas e fotógrafos negros na Vogue americana. Apesar dos rumores de demissão que circulam há anos, ela se manteve no cargo, mesmo se declarou “assumir a plena responsabilidade de seus erros”. Ela se desculpou por “não ter feito o suficiente” por seus colaboradores negros.
Vista como uma das mulheres mais poderosas da imprensa e do entretenimento, Wintour também é responsável editorial do grupo Condé Nast, que pertence a revista Vogue, além de pilotar a realização do MET Gala, baile organizado no Metropolitan Museum, apelidado de cerimônia do “Oscar da Costa Leste”.
*Com informações da RFI