O Índice de Confiança do Consumidor do Estado de São Paulo (ICP-SP), pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em conjunto com a startup de tecnologia Behup, aponta que este é o momento em que o consumidor paulista está mais confiante em relação à economia desde o começo da pandemia provocada pela Covid-19. Os números de outubro são de 85 pontos, dois a mais que em agosto e setembro, e doze a mais que maio e junho, o auge da baixa confiança no ano. A pesquisa ainda demonstra que a visão dos entrevistados sobre consumo está cada vez mais perto de uma situação na qual não havia isolamento social. A pesquisa ICP-SP tem índice que varia de 0 a 200 pontos. Ou seja, apesar da melhora da percepção do futuro, o consumidor paulista ainda não está no campo otimista.
“O consumidor está recuperando a confiança, em função do auxílio emergencial e da perspectiva de continuidade da flexibilização das medidas de isolamento social”, afirmou Ulisses Ruiz de Gamboa, economia da ACSP.
Na pesquisa, foi perguntado às famílias sua percepção sobre a economia, sua situação financeira, emprego e em como se sente em relação à vida que leva hoje. Do total, 52% mostraram-se muito insatisfeitos ou insatisfeitos. No mês passado, eram 54% que estavam dentro deste perfil. O pico foi em maio, com 63%. Os que afirmam estarem satisfeitos, no entanto, somaram 32% dos pesquisados, número menor que o de agosto (37%).
Foi também perguntado aos consumidores se eles acham que, em seis meses, a economia do Estado de São Paulo ficará mais fraca (muito ou um pouco mais), se será parecida com o que já é, ou se estará muito mais forte. Os entrevistados que responderam que tudo estará pior, concentraram-se mais em março, abril e maio (com 51, 56 e 53 por cento respectivamente). Nos meses subsequentes, houve melhora gradativa da confiança. Em agosto e setembro, havia apenas 22% de pessoas que viam a situação da pior forma possível, e, agora, o percentual caiu para 18%. Apesar disso, o número de pessoas que projetam um futuro melhor e as que acham que vai ficar tudo como está é quase o mesmo: 38% de otimistas e 37%, para quem vislumbra igual ao presente o período que vai chegar.
“A cada mês que passa, as pessoas veem que o fim da pandemia e, consequentemente, do isolamento social, aproxima-se”, analisa Ruiz de Gamboa. “Além disso, com a chegada do fim do ano, há de certa forma uma crença em um futuro melhor”, emendou.
De maio pra cá, também aumentou a porcentagem de pessoas que estão dispostas a fazer uma compra de maior valor como um carro ou uma casa. Os pesquisadores perguntam se, comparado há seis meses, o consumidor estaria mais confiante para este tipo de aquisição. Naquele mês havia apenas 13% de entrevistados que diziam estar animados para tal iniciativa. Em junho, houve um salto para 21% e, hoje, já está em 31%. “O auxílio emergencial de R$ 600, do Governo Federal, que beneficiou principalmente a Classe C, ajudou as pessoas a planejarem as compras, mesmo aquelas de maior valor”, avaliou Ruiz de Gamboa.
Outro tema importante do estudo refere-se ao desemprego. Foi pedido que se comparasse seis meses atrás com hoje, na pesquisa e, então, que as pessoas dissessem se achavam que havia mais ou menos confiança no que se refere à segurança do seu emprego, do emprego de outros membros família ou de outros conhecidos. Do total, 41% disseram que estão muito ou um pouco menos confiante contra 46% em setembro. Os que responderam muito mais ou um pouco mais chegaram a 31% em outubro ante 27% do mês passado. Além disso, 54% das famílias acham que aumentará o número de pessoas sem emprego. O percentual ainda é elevado, mas melhorou bastante em relação ao que era em abril e maio (80 e 85%, respectivamente).