O jornalista venezuelano Roland Carreño, apresentador de televisão e conhecido cronista de eventos sociais, está preso desde a noite de segunda-feira. A notícia foi confirmada pelo Governo de Nicolás Maduro.
O recém-nomeado Ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, afirmou em sua conta no Twitter que Carreño “foi capturado em flagrante e confessou sua participação em crimes contra a ordem constitucional para alterar a paz da República”. O dirigente chavista, porém, não deu mais detalhes sobre Carreño, que é militante e coordenador do Vontade Popular, partido de Leopoldo López.
© EL PAÍS O jornalista Roland Carreño (à direita) ao lado o líder venezuelano Juan Guaidó.
Várias ONGs e jornalistas afirmam que o jornalista foi enviado à prisão do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) conhecida como El Helicoide, embora outras fontes digam que está nos calabouços da Polícia Nacional Bolivariana e já pôde falar com seu advogado. O regime chavista não apresentou acusações de maneira oficial. O Colégio Nacional de Jornalistas e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) estão fazendo uma intensa campanha para obter informações sobre o paradeiro de Carreño e para que seja libertado.
O jornalista foi preso no contexto da fuga de Leopoldo López da residência da Embaixada da Espanha em Caracas no sábado, fato que irritou o Governo de Nicolás Maduro. Depois da fuga de López, a polícia política venezuelana interrogou os trabalhadores venezuelanos da Embaixada da Espanha em Caracas para obter informações. Diosdado Cabello, número dois do chavismo, criticou a suposta cumplicidade do embaixador espanhol em Caracas, Jesús Silva, em sua saída do país.
Carreño assumiu importantes responsabilidades e desenvolveu uma proximidade especial com o círculo familiar de López, do qual se tornou estreito colaborador nos últimos anos. Junto com ele, também estão desaparecidos dois ativistas do Vontade Popular, os jovens Elías Rodríguez e Yeferson Sarcos. Quase ao mesmo tempo da detenção de Carreño, o Sebin também prendeu Nathaly Sifontes, cunhada de Diana López, irmã de Leopoldo, para responder a um interrogatório. Sifontes foi convocada para prestar depoimento na prisão de El Helicoide e foi finalmente liberada várias horas depois.