Taxas de títulos do Tesouro Direto recuam no mercado financeiro

Em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, as taxas dos títulos públicos negociados via Tesouro Direto apresentam queda na manhã desta quarta-feira (5).

Diante de uma economia ainda enfraquecida e uma inflação sustentada em níveis baixos, o mercado financeiro espera um corte de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, para 2% ao ano, nesta tarde.

Das 34 estimativas compiladas pela Bloomberg, 30 analistas preveem este corte adicional da taxa básica de juros – em linha com o estimado pelo relatório Focus, do BC –, enquanto quatro afirmam que a autoridade monetária irá encerrar o ciclo de ajuste monetário com a Selic em 2,25%.

Na avaliação de gestoras de fundos de estratégia multimercado macro, consultadas pela equipe de fundos da XP, depois de oito cortes seguidos da taxa Selic, o Copom deve promover hoje a última redução dos juros no atual ciclo de estímulo monetário, com a Selic permanecendo na nova mínima histórica pelo menos até dezembro.

Em um cenário de inflação baixa e pressão fiscal, agentes do mercado financeiro têm monitorado mais de perto a possibilidade de modificações no teto de gastos, regra fiscal criada em 2016 para limitar a evolução das despesas públicas.

De acordo com levantamento divulgado pela XP, 44% dos investidores consultados esperam que a regra fiscal seja alterada de alguma maneira para permitir uma despesa adicional. Dois meses atrás, o grupo correspondia a 29% dos entrevistados.

Ainda na cena doméstica, destaque para notícia do jornal Folha de S.Paulo, de que o governo estuda reduzir a alíquota do Imposto de Renda da pessoa física de 27,5%, atualmente a maior na tabela da Receita, para uma faixa entre 23% e 25%.

Os investidores também monitoram a temporada de resultados do segundo trimestre, com números hoje de empresas como Embraer, Gerdau, Klabin, Iguatemi e Alpargatas.

Mercado hoje

No Tesouro Direto, o título indexado à inflação com vencimento em 2026 pagava uma taxa anual de 2,04% nesta manhã, ante 2,06% a.a. na tarde de terça-feira (4). Os papéis com prazos em 2035 e 2045, por sua vez, ofereciam um prêmio de 3,38% ao ano, frente 3,40% a.a. anteriormente.

Entre os títulos prefixados, o papel com prazo em 2026 pagava uma taxa anual de 5,85%, ante 5,86% a.a. na sessão anterior, enquanto o prêmio pago pelo Tesouro Prefixado com juros semestrais e vencimento em 2031 cedia de 6,63% para 6,58% ao ano.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos nesta quarta-feira (5):

Fonte: Tesouro Direto

Cena externa

No ambiente internacional, os investidores monitoram dados de emprego nos Estados Unidos, que mostraram o forte impacto do coronavírus na economia americana.

De acordo com o Relatório de Emprego ADP, foram criadas 167 mil novas vagas de trabalho no setor privado do país em julho. O número veio bem abaixo da mediana das projeções compilada pela Bloomberg, que apontava para geração de 1,2 milhão de empregos no período.

Com o avanço da Covid-19 aumentando as preocupações de uma retomada ainda mais lenta da atividade econômica, os mercados seguem atentos às novidades nas negociações entre republicanos e democratas no Congresso dos EUA, para um pacote de estímulos de US$ 1,2 trilhão visando minimizar os impactos da pandemia.

*Com informações do InfoMoney