A indústria de veículos do Brasil sofreu uma queda de 21% na produção em março na comparação com um ano antes, impactada pela paralisação do parque fabril nacional decretada pela epidemia de coronavírus.
Segundo dados da associação de montadoras Anfavea, a produção também foi 7% menor que em fevereiro, somando 190 mil veículos no mês passado. O desempenho no trimestre marcou um recuo de 16% no volume produzido no trimestre, a cerca de 586 mil unidades, menor volume montado para o período desde pelo menos 2017.
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A Anfavea, que divulgou em janeiro que esperava crescimento de 7,3% na produção brasileira de veículos este ano, optou por não rever a estimativa agora.
“Estamos no meio da crise. É uma crise muito profunda, que afeta o consumidor final, produção, investimentos, mercado financeiro, e a gente não tem condições de tentar fazer com segurança fazer uma estimativa para o que vai acontecer em 2020”, disse o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, em mensagem gravada.
“Temos a noção que o segundo trimestre de 2020 vai ser muito ruim como um todo para a economia, vamos ter uma queda substancial. Esperamos que o terceiro trimestre comecemos a ver a retomada que poderia se consolidar no quarto trimestre”, acrescentou.
Segundo o executivo, as vendas de veículos novos por dia útil no país vinham apresentando alta de 9% no acumulado entre o início de janeiro e 18 de março. Mas considerando todo o primeiro trimestre, a variação fica negativa em 8,1%.
No final de março, a indústria automotiva brasileira tinha 63 fábricas paradas, em 10 Estados do país.
As vendas de veículos novos em março caíram quase 22% na comparação anual e recuaram 18,6% ante fevereiro, para 163,6 mil unidades. No trimestre, os licenciamentos somaram 558,1 mil veículos, queda de 8,1%.
O setor afirma que terminou março com 125.675 postos de trabalho preenchidos, uma queda de 3,3% no comparativo anual.
O estoque na cadeia era de 266,6 mil veículos ante 256,9 mil em fevereiro.
(Por Alberto Alerigi Jr.) / Por: Reuters