A tecnologia e arte estão cada vez mais se unindo e isso já não é mais uma surpresa. Segundo o levantamento Artificial Intelligence in Every Sector, feito em 2018, a Inteligência Artificial afeta áreas que se relacionam com a saúde até agricultura.
Apesar de as máquinas parecerem cada vez mais subjetivas, Conrado Cotomácio, Cognitive Concept da Nexo AI, consultoria de inovação e tecnologia para transformação de negócios, afirma que “as máquinas não estão se tornando mais criativas, nós é quem estamos usando-as de forma mais inteligente. Quando monto a equação da criatividade vejo algo como: repertório vezes possibilidade dividido por limitações ou pertinência”, explica.
Ainda segundo Conrado, os humanos estão encontrando novas maneiras de alimentar robôs e isso amplia suas possibilidades de uso. Sendo assim, a aproximação da arte com a tecnologia pode ser interpretada como um indício de transformação para ambas as áreas. Com tais experimentações, o mercado da arte se atualiza para atender novas demandas, tendências e expectativas dos seus consumidores hiperconectados. Por outro lado, a tecnologia consegue assimilar novos aprendizados e desafiar os limites da sua aplicação binária.
As discussões sobre a substituição do homem pela máquina, de artistas por algoritmos, da presença dos robôs tiram o foco de uma perspectiva mais pertinente: a mudança de comportamento do consumidor.
“A sinergia entre a arte e a tecnologia é um processo de transformação do ecossistema, apesar de causar espanto, que representa uma amostra mais complexa sobre o futuro do setor artístico”, comenta Wendell Toledo, CEO da Artluv, marketplace de obras de arte.
Hoje, os que consomem arte têm hábitos diferentes se comparado com o comprador de décadas atrás. Os interessados pesquisam obras em galerias ou plataformas de arte online, acompanham artistas nas redes sociais e participam de “vaquinhas” para promover um projeto. Além disso, há também a entrada de novas gerações com poder de compra. Segundo a Hiscox online Art Trade Report de 2019, mais millennials compraram obras de arte nos últimos 12 meses e 79% disseram que compraram mais de uma vez.
Os humanos estão encontrando novas maneiras de alimentar robôs e isso amplia suas possibilidades de uso. Sendo assim, a aproximação da arte com a tecnologia pode ser interpretada como um indício de transformação para ambas as áreas. Com tais experimentações, o mercado da arte se atualiza para atender novas demandas, tendências e expectativas dos seus consumidores hiperconectados. Por outro lado, a tecnologia consegue assimilar novos aprendizados e desafiar os limites da sua aplicação binária.
Como resultado dessa predisposição tecnológica e de novos comportamentos, inovações como a Inteligência Artificial encontram espaço e apreciadores. Afinal, o “Portrait of Edmond de Belamy” foi arrematado por quase 500 mil dólares quando seu preço estimado beirava a 10 mil. O consumidor contemporâneo não é avesso à tecnologia e não vê dificuldades em enxergar seu potencial como suporte artístico.