Ipea prevê crescimento do PIB de 2,7% e inflação em 4,1% em 2019

 - REVISTA MAISJR
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com cálculos do Grupo de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a redução anual de gastos públicos pode chegar a cerca de R$ 100 bilhões em 2022, com reformas que reduzam o crescimento das despesas obrigatórias do governo federal.  Para isso, além das alterações na Previdência em tramitação no Congresso Nacional, serão necessárias mudanças na regra de reajuste do salário mínimo – a regra atual vai expirar em 2019 –, na recomposição de servidores públicos aposentados e no abono salarial.

A análise também prevê crescimento de 2,7% do PIB em 2019, se ocorrerem reformas que viabilizem o equilíbrio das contas públicas no médio prazo. “A Previdência é o principal item de despesa do governo, porque ela tem um crescimento projetado explosivo, ao contrário de outros que se mantêm sob controle”, informa o diretor de estudos e políticas macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Souza Jr.

Segundo o documento, o PIB deve fechar 2018 com crescimento de apenas 1,3%, bem abaixo do esperado pela maioria dos analistas no início do ano. A alta deve ser de 0,8% na indústria, 0,6% na agropecuária e de 1,4% em ser.  O investimento previsto no setor industrial é de 4,4%. O consumo das famílias deve expandir 1,9%, ao passo que o consumo do governo deve permanecer praticamente estagnado. Já as exportações líquidas devem apresentar contribuição negativa para a expansão do PIB, com as importações crescendo substancialmente mais que as vendas externas.

Inflação

A inflação deve ficar em 4,1% em 2019 – abaixo da meta de 4,25% -, em parte devido ao elevado grau ocioso da economia. O Indicador Ipea de Hiato do Produto aponta para um produto potencial 3,4% acima do PIB, porém essa ociosidade pode se reduzir para algo em torno de 1,3% no 4º trimestre de 2019. “Nessas condições, o Banco Central poderia dar início a um processo de elevação gradual da meta da taxa Selic já no final de 2019, ou no início de 2020”, sugere o estudo. As projeções estão condicionadas a um cenário com ajuste fiscal promovido de forma relativamente rápida pelo novo governo, a ser empossado em 2019.