O novo ministro da Economia, Paulo Guedes, reiterou que a reforma da Previdência, privatizações e simplificação tributária serão a essência da atuação do governo na retomada do crescimento do país. “A reforma é o primeiro desafio a ser enfrentado. Uma vez aprovada, o Brasil estará pronto para um novo ciclo de, no mínimo, novos dez anos de crescimento sustentável”, afirma.
Segundo Guedes, algumas mudanças serão praticamente imediatas. O ministro informa que em poucos dias será editada uma regra infraconstitucional contra fraudes e privilégios na Previdência, que deve gerar uma economia de até R$ 30 bilhões por ano para o governo federal. Ao longo dos próximos dias, destacou, serão editadas diversas medidas simplificadoras de caráter infraconstitucional.
Na avaliação de Guedes, o excesso de gastos públicos, em ritmo crescente há décadas, foi a raiz do desajuste que prejudica a economia brasileira, atualmente. “O Brasil foi corrompido pelo excesso de gastos. O descontrole foi o mal maior, comparado a problemas que o País já enfrentou, como hiperinflação, congelamento de preços e retenção de ativos financeiros”, analisa.
Segundo o ministro, a ordem agora é colocar as contas do governo em dia e nesse rumo entram, por exemplo, as privatizações e políticas de redução de despesas. “Não precisa cortar gastos drasticamente; é só não deixar crescer no ritmo que crescia”, afirmou. A reforma administrativa no setor público vai ajudar nessa economia, destacou Guedes, lembrando que cargos de confiança já estão sendo cortados.
Desafios
O novo ministro da Economia ressalta que é preciso não se enganar sobre um cenário atual de “falsa tranquilidade”, com inflação e juros mais baixos que no passado. Segundo ele, essa “falsa tranquilidade” remete à estagnação da economia e esse problema tem de ser combatido. “O Brasil perdeu potencial de crescimento na insistência de ter uma economia de comando central, em ter o Estado como motor de crescimento.
No atual cenário, Guedes ressaltou que um dos desafios a ser combatido é fazer que o Brasil deixe de ser “o paraíso dos rentistas” e passe, sim, a incentivar os empreendedores. Dentro dessa linha, tem forte peso a estratégia de promover a simplificação e redução de impostos. Segundo Guedes, o ideal seria operar com uma carga tributária de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), mas que atualmente o País tem uma carga de 36%.
Ao reforçar que a sua gestão vai trabalhar com a meta de “abrir a economia, simplificar impostos, privatizar”, Guedes deixou claro que já conta com uma alternativa caso as reformas – em especial a da Previdência – não avancem. “Se isso falhar, temos uma PEC também. Porque, essas despesas vão se chocar contra o teto. E aí tem que escolher, ou segura o teto, desindexa, desvincula e desobriga todas as despesas da União”, disse. O objetivo é, assim, colocar os gastos públicos sob controle.