O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% no terceiro trimestre ante o segundo trimestre de 2018, totalizando em valores correntes R$ 1,716 trilhão. Os dados das Contas Trimestrais, divulgados hoje (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam altas de 0,7% na agropecuária, 0,5% nos serviços e 0,4% na indústria. Já no acumulado do ano, o PIB cresceu 1,1%, em relação a igual período de 2017.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebece Palis, apesar de a agropecuária ter apresentado o maior crescimento, os serviços foram o que mais influenciaram a taxa, já que são o setor de maior peso no PIB. A pesquisa mostra que todas as atividades do segmento apresentaram resultado positivo entre o segundo e o terceiro trimestre, com destaque para Transporte, armazenagem e correio (2,6%). “Esse aumento tem relação com a greve dos caminhoneiros, um efeito de compensação após a paralisação ocorrida no segundo tri”, explica.
Além de Transporte, armazenagem e correio, registraram alta: Comércio (1,1%); Atividades imobiliárias (1,0%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%); Informação e comunicação (0,2%); Outras atividades de serviços (0,2%); e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,1%).
A pesquisadora destaca ainda o comércio, alinhado ao aumento do consumo das famílias como fator contribuinte para o crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2018. O consumo das famílias e do governo cresceram, respectivamente, 0,6% e 0,3% nesta comparação. Já em relação ao setor externo, as exportações de bens e serviços aumentaram 6,7%, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 10,2% em relação ao segundo trimestre de 2018. “O destaque foi a demanda interna, já que o setor externo contribuiu negativamente, uma vez que as importações cresceram mais que as exportações”, disse Rebeca.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2017, a variação do PIB foi de 1,3%. Dentre as atividades que mais contribuíram para alta, a de agropecuária cresceu 2,5%, principalmente, por conta do aumento na produção anual e ganho de produtividade do café (26,6%) e do algodão herbáceo (28,4%), suplantando o fraco desempenho de culturas como cana de açúcar, mandioca, laranja e milho.
A Indústria teve variação positiva de 0,8%. As Indústrias de transformação cresceram 1,6%. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo aumento da fabricação de veículos; de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis; de celulose e papel; máquinas e equipamentos; indústria farmacêutica e produtos de metal. Já as Indústrias extrativas se expandiram em 0,7% em relação ao terceiro trimestre de 2017, puxadas pela alta na extração de minérios ferrosos.
Foto: Divulgação