A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino médio terá apenas as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Todas as outras aparecerão dentro de áreas de conhecimento, de forma interdisciplinar. O documento, que será concluído até o fim de março, também não vai abordar a parte flexível do currículo, prevista pela reforma do ensino médio.
Segundo a lei aprovada no ano passado, cerca de 40% da carga horária da etapa será destinada ao aprofundamento em áreas específicas optativas. O estudante poderá escolher entre cinco itinerários formativos: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Formação Técnica e Profissional. O restante tem de ser destinado a disciplinas comuns a todos os alunos.
A estrutura da Base do ensino médio foi apresentada ontem pelo Ministério da Educação (MEC) a secretários estaduais de Educação em São Paulo. “A interdisciplinaridade é uma tendência no mundo todo. No exame (internacional) do Pisa não se vê, em Ciências, o que é Biologia, Química ou Física, tudo está ligado”, exemplificou a secretária executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. A Base vai ser dividida em quatro áreas do conhecimento, e a sua implantação poderá ser definida diretamente por cada um dos estados.
Polêmica
“É preciso tomar cuidado para não induzir que só Português e Matemática são importantes e o restante não será dado com qualidade”, diz o presidente da comissão que discute a Base no Conselho Nacional de Educação (CNE), Cesar Callegari. A obrigatoriedade apenas das duas disciplinas já havia causado polêmica na discussão da reforma do ensino médio. A Base era aguardada para que se pudesse entender como as outras disciplinas entrariam no currículo.
Vai demorar
Depois de finalizado pelo MEC, o documento ainda será enviado ao CNE para discussão. Assim como ocorreu com a parte do ensino infantil e fundamental, o texto passará por cinco audiências públicas e pode receber sugestões. Segundo o dirigente do CNE, a aprovação do texto final deve acontecer apenas no fim de 2018, ou seja, a implantação deve levar ao menos mais um ano após essa etapa.
Fonte: Gazeta
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