A última mensagem do submarino argentino desaparecido no Atlântico Sul com 44 tripulantes reportou um curto-circuito e um princípio de incêndio nas baterias, segundo revelado pelo canal “A24” de Buenos Aires. Neste último contato, datado de 15 de novembro, os tripulantes do ARA San Juan explicavam que a água do mar havia invadido parte do maquinário e causado um curto-circuito.
“Entrada de água do mar pelo sistema de ventilação ao tanque de baterias N°3 ocasionou curto-circuito e princípio de incêndio na área das barras de baterias. Baterias de proa fora de serviço. No momento em imersão, propulsando com circuito dividido. Sem novidades de pessoal. Manterei informado”, diz a mensagem reproduzida na TV.
Trata-se da última comunicação antes da perda de contato com o submarino, que é procurado há 13 dias em uma operação das Forças Armadas argentinas, auxiliadas por frotas de 13 países. A Marinha confirmou, na semana passada, que um estrondo “consistente com uma explosão” foi detectado na região em que a tripulação foi contatada pela última vez, naquela mesma quarta-feira.
A Armada argentina (Marinha de Guerra) havia informado que o submarino reportara uma avaria nas baterias, mas que o problema havia sido corrigido. Ontem, o porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, admitiu que, após 12 dias, só é possível que haja sobreviventes no submarino caso eles tenham conseguido se adaptar a uma “situação extrema”.
— A água entrou por meio do sistema de ventilação, usado para renovar o oxigênio dentro da embarcação, e atingiu as baterias, provocando um curto-circuito e um princípio de incêndio — afirmou Balbi em coletiva. — Isso foi contornado, as baterias atingidas foram isoladas e o submarino continuou navegando.
Uma das queixas que pesam sobre o almirante Marcelo Eduardo Hipólito Srur, que deve perder o cargo diante da crise, é a Armada ter revelado apenas cinco dias após o desaparecimento que o comandante do submarino havia reportado avarias nas baterias e um curto-circuito a bordo. O comando tinha essa informação, mas demorou a repassá-la ao presidente Mauricio Macri e tentou minimizar o incidente ao desconectá-lo do sumiço. As autoridades argentinas apuram se houve negligência por parte do almirante e dos marinheiros ligados à operação.
A última comunicação foi registrada quando o San Juan navegava pelo Golfo São Jorge, a 450 km da costa argentina. O submarino havia zarpado no domingo, 11 de novembro, de Ushuaia para retornar a Mar del Plata, sua base habitual.
Foto: Reprodução/OGlobo
Fonte: O Globo
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