Tiroteio deixou um homem morto e fuzil apreendido, na Zona Sul do Rio

Um confronto entre policiais militares e traficantes na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, deixou um homem morto, nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira. O tiroteio começou durante uma operação envolvendo o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o Batalhão de Choque (BPChq). Um fuzil foi apreendido. Desde sábado, nove pessoas foram mortas na comunidade.

Moradores usaram as redes sociais para relatar a troca de disparos. Segundo as postagens, os tiros começaram por volta das 6h30.

O aplicativo “Onde Tem Tiroteio – RJ” publicou, em seu perfil no Twitter, um vídeo em que é possível ouvir os barulhos dos disparos. O OTT postou ainda um informe alertando para os disparos que ocorreram na região conhecida como 199 e pedindo cuidado para quem mora no local. “OTT-RJ Informa: Fogos e tiros na Rocinha agora há pouco. Localidades 199. Atenção na região”.

“6:30 da manhã. Tiro na Rocinha. Cidade Maravilhosa”, escreveu um usuário do Twitter. Outro também comentou a situação: “Tiroteio pesado na Rocinha! Começou cedo”.

De acordo com o Centro de Operações (COR) da Prefeitura do Rio, até as 6h10 não havia qualquer problema no trânsito da Autoestrada Lagoa-Barra: “LAGOA-BARRA Tráfego sem alterações, neste momento, na altura da Rocinha”.

Seis inquéritos para investigar tiroteios com oito mortes

Seis inquéritos diferentes foram abertos pela Delegacia de Homicídios (DH) da Capital para investigar as oito mortes ocorridas durante uma operação do Batalhão de Choque na Rocinha, no último sábado. Várias investigações foram instauradas porque os PMs que participaram da ação afirmaram, em depoimentos na especializada, que os homicídios aconteceram em diferentes circunstâncias.

De acordo com os agentes, houve um total de seis tiroteios, entre 8h e 9h, em três localidades da favela: Rua 1, Rua 2 e Valão. Em quatro desses confrontos, cinco homens foram mortos. Em dois tiroteios, não foram encontrados feridos. As outras três vítimas foram achadas — já baleadas — por policiais que não participaram dos confrontos. Como todos os corpos foram removidos das cenas dos crimes pelos agentes, nenhum dos locais foi periciado.

Em dois tiroteios diferentes na Rua 2, por volta das 9h, foram mortos Matheus da Silva Duarte de Oliveira, de 18 anos, e Júlio Morais de Lima, de 22. Já Hércules de Souza Marques, de 26, foi morto durante uma troca de tiros na Rua do Valão. Três das vítimas — Magno Marinho de Rezende, de 28 anos, Wanderson Teodoro de Souza, de 21, e um homem ainda não identificado — foram encontradas já feridas por agentes que não participaram de confrontos. Ao todo, oito homens foram mortos durante a operação.

Entre os mortos, três não tem passagens pela polícia: Matheus, Magno e Hércules. Osmar já tinha duas passagens pela polícia por tráfico de drogas. Bruno era investigado por tortura, dentro da Rocinha, de um homem acusado pelo tráfico de estupro. Júlio havia sido preso duas vezes: em 2013 e em 2015. Já Wanderson foi detido por tráfico quando ainda era menor de idade.

Fonte: Extra