O maior réveillon do país teve de tudo: queima de fogos mais longa, show do furacão Anitta, telões com imagens geradas por drones e aquilo que é tão tradicional em Copacabana quanto estouro de champanhe à meia-noite: uma grande quantidade de relatos de assaltos. Ontem, cariocas e turistas comentaram os pontos positivos e negativos da festa, que, segundo a prefeitura, reuniu 2,4 milhões de pessoas. Entre anônimos e famosos, não faltaram elogios e críticas, às vezes até para um mesmo “quesito”.
— Achei muito legal ter um tempo maior de queima de fogos (17 minutos). O espetáculo foi lindo — disse o cantor e compositor Martinho da Vila.
Já o personal trainer William Vorhees manifestou uma opinião bem diferente:
— Eu vi, pela internet, os fogos de Dubai, Sydney e Londres. Em Copacabana, a gente percebe que tem alguma coisa errada. Acho que, no Rio, o espetáculo pirotécnico precisa ser mudado, já que sempre surge uma imensa nuvem de fumaça. Não adianta nada ter 17 minutos de duração se, a partir do décimo, ninguém vê mais nada.
Ainda na madrugada de ontem, Marcelo Kokote, sócio da empresa Vision Show, responsável pelo espetáculo, deu uma justificativa:
— Em shows com longa queima de fogos, dois fatores da natureza precisam colaborar: vento e baixa umidade. Não havia vento para dissipar a fumaça, e a umidade do ar estava alta.
Mistura de sucesso no palco
Para o carnavalesco Milton Cunha, a desordem na areia, loteada por barraqueiros e cheia de cercadinhos montados pelo público, foi a grande “bola fora” do réveillon.
— As pessoas improvisaram diversas áreas VIP, deixando muita gente espremida no entorno. Não vi fiscalização — reclamou o carnavalesco, que também fez uma crítica ao espetáculo pirotécnico (mas não à fumaça). — Para mim, faltaram balsas. A queima de fogos ficou muito concentrada.
Mas o carnavalesco teceu elogios à festa da virada. Para ele, “o brilho e a energia de Anitta ofuscaram os problemas”:
— O show dela foi o grande acerto. Por causa de Anitta, dou nota 9 para o réveillon de Copacabana. A abertura foi épica, com a Orquestra da Maré. Achei a mistura musical o máximo, o palco juntou dois símbolos do povo carioca que deram certo.
O empresário Bruno Chateaubriand disse que também ficou impressionado com o carisma de Anitta e, destacando “a experiência de quem já passou dezenas de festas da virada em Copa”, afirmou nunca ter visto o público interagindo tanto com artistas.
— O público acompanhou tudo, cantando, dançando, acendendo luzes de celulares e se abraçando. Foi mesmo o réveillon do abraço, conforme o planejado pela organização — comentou Chateaubriand, que apontou como ponto negativo da festa a dificuldade de locomoção por Copacabana. — As ruas ficaram fechadas por muito tempo, inclusive para táxis. É preciso pensar que os bilhetes do metrô com horários programados se esgotam bem antes da virada de ano, o que dificulta a vida dos muitos turistas que chegam na véspera.
A turista goiana Wélica Amaro ficou decepcionada por não ter acompanhado a queima de fogos com tranquilidade:
— Senti receio de ir para a areia. Vi arrastões, jovens passando com sacos cheios de celulares. Mas, no calçadão, havia bastante policiamento.
Foto: Agência O Globo / Guito Moreto
Fonte: O Globo/UOL
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