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O otimismo do setor privado na aprovação de reformas econômicas está alto. Pesquisa da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) realizada com 550 presidentes e diretores de empresas brasileiras de todos os portes e segmentos, mostra que 63% dos executivos acredita que a reforma da Previdência vai ser aprovada esse ano.
Mesmo considerando que a reforma terá um impacto positivo nas contas do governo, apenas 20% dos entrevistados acreditam que a aprovação irá contemplar todos os setores da sociedade. – incluindo militares e todos os servidores públicos. Apesar das ressalvas, só 16% acham que a reforma enfrentará resistência para ser aprovada, provavelmente não sendo aprovada até o fim do ano.
“O clima é de otimismo. Detectamos que os empresários brasileiros estão confiantes na capacidade do governo de conduzir e comunicar os motivos da reforma e os efeitos que pretendem ser alcançados”, comenta Devorah Vieitas, CEO da Amcham Brasil, que reúne 5 mil empresas no Brasil, sendo 85% delas de origem brasileira.
Para a reforma sair esse ano, na avaliação dos executivos, será preciso uma grande capacidade de articulação do governo com o Congresso. Para 32% dos empresários, o fator crucial para o governo Bolsonaro endereçar seu texto, é manter a defesa e o debate da proposta, assumindo a condução da disputa sobre pontos com menores concessões (ex: militares e servidores públicos).
Outros 30% também acreditam que o fator decisivo será o protagonismo do presidente na discussão, direcionando seu capital popular para essa pauta estratégica e abrindo mão temporariamente de temas de grande popularidade. Outros 29% acham que é importante dialogar mais com o Congresso, com envolvimento de todas as lideranças partidárias para aprovação da reforma no Congresso, pausando temporariamente o discurso bélico contra opositores.
Os primeiros 40 dias de governo
A atuação do governo nos primeiros 40 dias é bem positiva, na avaliação dos empresários. Para 60% dos entrevistados, as medidas econômicas anunciadas até agora são boas, com perspectivas de melhora da economia, geração de empregos e aumento de competitividade. Pouco mais de um terço (36%) ficou neutro, uma vez que não houve tempo ou marcos suficientes para avaliação da gestão. E 4% acharam que o começo foi negativo, com pouca perspectiva de crescimento da economia.
Além da reforma da Previdência, 41% acreditam que o programa de privatização e prestação de serviços de infraestrutura é o que tem mais chance de acontecer. Em seguida, vêm a mudança do sistema tributário (15%), reforma administrativa e liberação comercial (com 13% cada), redução e racionalização dos subsídios concedidos da União, e autonomia do Banco Central (9% cada).