Presença de negros em cargos de liderança descresse no Brasil

Num momento em que os episódios de ódio crescem dia a dia no Brasil, a valorização da diversidade exige ainda mais atenção e dedicação de quem está à frente das decisões, seja nas empresas ou em outros setores da sociedade. Hoje (20), data em que se comemora o Dia da Consciência Negra, esse debate se faz ainda mais necessário.

De acordo com os resultados do perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas brasileiras, publicado pelo Instituto Ethos entre 2010 e 2016, os percentuais da presença de profissionais negros na alta liderança decresceu. Segundo o estudo, em 2010, os profissionais negros compunham 31,1% dos quadros funcionais, e 5,3% no quadro executivo. Já em 2016, nos quadros funcionais o mesmo público representava 35,7%, e no quadro executivo, 4,7%.

Para a empreendedora negra Liliane Rocha, Ceo e fundadora da Gestão Kairós (consultoria especializada em Diversidade e Sustentabilidade) e autora do livro “Como ser um líder inclusivo”, os números do Instituto Ethos confirmam que há poucos motivos para comemorar, no que se refere ao mercado e as condições de trabalho para os profissionais negros. “Apesar de ter havido uma pequena evolução da presença de negros nos quadros funcionais, o negro ainda é visto como mão-de-obra barata no Brasil, avalia a empreendedora.

Segundo ela, há muito espaço para o negro ocupar dentro das organizações. “Basta que as empresas passem a praticar realmente a inclusão e valorização da diversidade e comecem a espelhar também dentro de seus quadros funcionais a demografia do país (segundo o IIBGE, 54% da população brasileira é negra”, espera.

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