Postura errada por conta da tecnologia

Dados da GlobalWebIndex apontam que o Brasil é o terceiro país do mundo que mais dedica tempo ao celular: são 3h14min por dia conectados. Entre os jovens, o número cresce para 4 horas diárias, chegando a 1.460 horas por ano com o smartphone nas mãos em postura muitas vezes incorreta, o que pode causar a Text Neck Syndrome. De acordo com o ortopedista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, dr. Djalma de Siqueira Junior, são dores na região cervical e de cabeça, provocadas pela inclinação excessiva do pescoço ao digitarmos ou lermos textos na tela de celular, laptops e tablets.

“É uma síndrome que está diretamente relacionada a novos hábitos, uma vez que o uso de eletrônicos faz cada vez mais parte das nossas atividades diárias. Ao usar esses aparelhos a pessoa flexiona a cabeça para olhar para baixo e a projeta para frente da linha dos ombros. Isso leva a um aumento da carga sobre a musculatura e ligamentos da região cervical, uma vez que o peso da cabeça na posição neutra é de 4,5 kg sobre essas estruturas, podendo chegar a 12 kg com uma flexão de apenas 15 graus do pescoço, ou chegar até a 6 vezes mais a 45 graus”, detalha o ortopedista.

A sobrecarga no pescoço pode acarretar dor cervical por espasmo muscular e até dores de cabeça. De acordo com o especialista, cronicamente falando, pode levar a desgaste das articulações da coluna cervical com limitação da mobilidade, dor e eventual compressão de raízes nervosas. “Em crianças a condição é ainda pior, uma vez que a relação da cabeça pelo tamanho do corpo é maior, sobrecarregando mais do que em adultos.”

 De maneira geral, o ideal é que o centro da tela do eletrônico fique ao nível dos olhos, elevando o aparelho ao invés de abaixar a cabeça. Quando sentado, a cadeira e a mesa devem permitir manter a coluna reta, apoiada. “Se não houver mudança de hábitos nenhum tratamento terá sucesso. Pequenas pausas durante o uso ajudam. Na fase aguda, caso a dor seja mais intensa, o uso de medicação analgésica, anti-inflamatórios não hormonais ou relaxantes musculares podem ser usados. Casos mais graves, refratários ao tratamento, podem ser associados a terapias como acupuntura, Reeducação Postural Global (RPG) ou pilates”, finaliza o doutor.

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