O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo federal já está estudando uma maneira de retomar as atividades econômicas com segurança quando não for mais preciso manter o estado de isolamento social decorrente da pandemia do coronavírus.
Foto: © Wilson Dias/Agência Brasil
A ideia é fazer testes massivos nos trabalhadores para que quem esteja saudável possa voltar a trabalhar. Mas, frisou Guedes, só deve ser implementada quando o Ministério da Saúde liberar a volta da circulação das pessoas nos centros urbanos.
“Nós já estamos nos preparando, pensando lá na frente. Justamente em ter em massa, que funciona, ajuda para quando começamos a furar a segunda onda da economia. É o passaporte da imunidade. As pessoas vão sendo testadas, pode ser semanalmente, e quem tiver livre continua trabalhando. E aí fazendo teste pode ir girando a economia, mas lá na frente. Eu repito: estamos em isolamento social, sob coordenação do ministro Mandetta”, afirmou Guedes, em conferência realizada com empresários e entidades vinculadas à União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs), neste sábado.
“Agora, estamos em isolamento. Estamos planejando a saída, para quando sair lá na frente do regime de isolamento. Estamos sob coordenação do ministro Mandetta, em isolamento social. Estamos na primeira onda”, frisou o ministro da Economia.
Guedes não indicou por quanto tempo mais o governo federal estuda ser necessário manter o isolamento social. Diferente do presidente Jair Bolsonaro, até falou da necessidade desse distanciamento social nessa “primeira onda” da pandemia do Covid-19.
Mas pediu que as empresas e os consumidores brasileiros mantenham-se unidos, de forma virtual, quando se trata de economia. Para isso, pediu que contas como as de luz e telefonia continuem sendo pagas, pediu que os consumidores continuem movimentando os restaurantes e as lojas locais por meio do delivery e defendeu o uso das medidas de manutenção do emprego que foram anunciadas pelo governo.
“Se, do ponto de vista da saúde, é importante nos manter afastados. Do ponto de vista econômico, é ao contrário. Um pode salvar o outro. Não podemos soltar a mão dos outros economicamente. Então, vamos usar os serviços digitalmente pelo menos, vamos fazer os pagamentos”, disse Guedes.
Os empresários que participaram da live concordaram com Guedes, mas pediram o reforço e o aprofundamento das medidas de enfrentamento à crise que vêm sendo anunciadas pelo governo – medidas que, segundo Guedes, já somam R$ 800 bilhões e vão levar o déficit brasileiro a 6% do PIB.
“A preocupação dos empresários brasileiros é grande de que os números apresentados pelo governo para atender as empresas brasileiras não são suficientes e não estarão chegando à maioria das empresas. As empresas não estão capitalizadas para fazer frente a esse pandemônio econômico”, alertou o presidente da Unecs, George Pinheiro. Guedes prometeu, então, aprofundar essas medidas, sobretudo ampliando o crédito e direcionando esse crédito para as empresas brasileiras.
Por: Correiro Braziliense
