Pelo menos 59 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas no ataque do atirador Stephen Paddock na noite deste domingo (1º, madrugada de segunda no Brasil) contra uma multidão que estava em um festival de música country em Las Vegas.
Durante o dia, vários detalhes foram divulgados sobre o massacre, como, por exemplo, a identidade do atirador, mas outros pontos ainda estão por esclarecer.
Abaixo, veja o que se sabe e o que ainda não se sabe sobre o caso:
Qual foi a motivação do atirador para o ataque?
Isso permanece sem ser esclarecido. O homem de 64 anos era um contador aposentado sem histórico criminal no estado de Nevada, onde vivia atualmente. “Era um cara rico que jogava vídeo-pôquer em cruzeiros”, descreveu seu irmão Eric, acrescentando que Stephen jogava pôquer apostando US$ 100 por mão e podia comprar o que quisesse. De acordo com o familiar, ele teria ganhado dinheiro investindo em imóveis.
Eric afirmou que o atirador não tinha qualquer vínculo político ou religioso. “Nada. Nenhuma afiliação religiosa, política. Ele só saía para passear”, disse. “Era apenas um cara normal. Algo se rompeu nele, algo aconteceu”, sugeriu.
O pai de Paddock se chamava Patrick Benjamin Paddock, e era um ladrão de bancos que figurou na lista dos criminosos mais procurados pelo FBI de junho de 1969 até maio de 1977, de acordo com a CNN. Segundo Eric, seu pai morreu há alguns anos.
Como é possível um só homem matar e ferir tanta gente?
O ataque ocorreu no Route 91 Harvest Festival, um festival de música country na Strip — famosa rua repleta de hotéis e cassinos em Las Vegas. O atirador mirou a multidão de cerca de 22 mil pessoas a partir do 32º andar do Mandalay Bay, um famoso cassino e resort da cidade. Pelos vídeos divulgados, ele usou armas automáticas ou armas semiautomáticas adaptadas. No quarto de hotel, onde Paddock foi encontrado morto, havia 19 armas, segundo a polícia. Os tiros levaram pessoas em pânico a fugir do local correndo, em alguns casos pisoteando umas às outras enquanto policiais corriam para localizar e matar o atirador.
Quais armas foram usadas no ataque?
O xerife Joseph Lombardo, do condado de Clark, onde fica Las Vegas, disse que a Polícia encontrou 23 armas no hotel de onde Paddock disparou e outras 19 em sua casa, em Mesquite, em Nevada. No entanto, não está claro exatamente que tipo de armas eram. Especialistas brasileiros disseram que os sons e a cadência das rajadas dos disparos indicam uso de armas automáticas ou armas semiautomáticas que sofreram adaptações para aumentar seu potencial destrutivo.
Uma autoridade fonte do “New York Times” disse que ele teria fuzis “no estilo do AR-15” e que haveria tripés no seu quarto para segurar as armas, uma maneira de superar o problema da grande distância do hotel até os alvos. Essas informações divulgadas pelo “Times”, no entanto, não foram confirmadas oficialmente.
O atirador teve alguma ajuda?
Até o momento, não há evidências disso. De acordo com o xerife Joseph Lombardo, não há nenhum indicativo de que o homem fosse ligado a algum grupo militante, e ele não era conhecido dos serviços de segurança. Autoridades afirmam que ele se suicidou após atirar contra a multidão.
A polícia chegou a dizer que uma mulher chamada Marilou Danley, de origem asiática, tinha viajado com o suspeito. Pouco depois, investigadores informaram que ela “não é mais procurada”.
“Investigadores fizeram contato com ela e não acreditam que ela esteja envolvida com o tiroteio”, disse a polícia em nota. Ela está em Tóquio no momento.
Há alguma participação de grupos terorristas no incidente?
O grupo extremista Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque, por meio de sua agência de notícias Amaq. De acordo com a Amaq News, o atirador de Las Vegas teria se convertido ao islamismo meses atrás. No entanto, o FBI disse não ter encontrado evidência de ligação com terrorismo internacional. Em coletiva de imprensa, o xerife da polícia de Las Vegas, Joseph Lombardo, disse acreditar que não se tratava de um ataque terrorista.
É o pior ataque a tiros da história dos EUA?
Sim, o ataque deste domingo em Las Vegas já pode ser considerado o pior ataque a tiros da história moderna dos EUA. Segundo a polícia, pelo menos 59 pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas.
Até agora, o pior ataque com armas registrado em solo norte-americano havia sido o caso da Boate Pulse, em Orlando, em 12 de junho de 2016. Quarenta e nove pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas.
PAI JÁ FOI PROCURADO PELO FBI
O pai do do atirador de Las Vegas, Stephen Paddock integrou a lista dos 10 mais procurados pelo FBI entre 10 de junho de 1969 e 5 de maio de 1977. Benjamin Hoskins Paddock era acusado de participar de assaltos a bancos e roubos de carros, segundo cartaz que anuncia a caça ao criminoso de 1969, quando ele consegiu escapar da prisão em El Paso, no Texas.
No pôster, ele é chamado de “psicopata” com “tendências suicidas e deve ser considerado armado e muito perigoso”. Eric Paddock, irmão de Stephen, confirmou a informação à rede CNN e disse que o pai morreu anos atrás. Ele informou que nasceu enquanto seu pai estava foragido, e que “ele não era parte da família”.
— Meu pai estava na lista dos ‘top 10’ por um tempo. Ele se chamava Benjamin Hoskins Paddock. Nós não o conhecíamos. Eu não o conhecia. Ele estava na prisão e fugiu — contou.
RECAPTURADO EM 1978
Paddock (pai) consegiu ser preso novamente apenas em 1978, quando foi detido durante uma sessão de bingo no estado do Oregon.
Nesta segunda-feira, seu filho Stephen Paddock, de 64 anos, atirou do 32º andar do hotel-cassino Mandalay Bay, em Las Vegas, contra uma multidão de 40 mil pessoas que participava de um festival de música country nos arredores do prédio. Ao menos 58 morreram, e mais de 500 ficaram feridos, segundo autoridades da polícia de Las Vegas. Stephen Paddock foi encontrado morto por agentes da Swat no quarto em que estava.
Na época em que pai estava na prisão, Stephen tinha 15 anos. De acordo com o cartaz de busca, Benjamin tinha um grupo de aliados, chamados de “Chromedome” e “Old Baldy”.
Foto: Reprodução
Infográfico: OGlobo/The Washington Post
Fonte: G1