A Rússia avisou o líder da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que está pronta para oferecer assistência militar, se for necessária, enquanto manifestantes realizaram o maior protesto até agora contra o que consideram uma reeleição manipulada.
O protesto na capital, Minsk, atraiu cerca de 200 mil pessoas, estimou um repórter da Reuters. Pelo menos dois manifestantes morreram e milhares foram detidos nas manifestações desde a eleição do último dia 9.
O povo carregou bandeiras vermelhas e brancas e cantou “Renuncie Lukashenko” e “Não esqueceremos ou perdoaremos”.
Adversários de Lukashenko, no poder há 26 anos, dizem que a votação foi fraudada para esconder o fato de que ele havia perdido apoio do público. Ele nega ter perdido, citando resultados oficiais que lhe dão pouco mais de 80% dos votos.
O Kremlin afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, havia dito a Lukashenko que Moscou estava pronta para auxiliar o país, seguindo um pacto coletivo militar, se fosse necessário, e que a Bielorrússia estava sofrendo pressão externa. Não especificou de onde.
Pouco antes do protesto da oposição, a segurança era rígida à medida em que apoiadores de Lukashenko se reuniam no centro de Minsk, pela primeira vez desde a eleição, para expressar apoio a ele e ouvi-lo fazer inflamado discurso.
Lukashenko, sob pressão da União Europeia pela repressão contra seus adversários, afirmou que tanques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aviões foram posicionados a 15 minutos da fronteira de Bielorrússia. A Otan disse que estava monitorando de perto a situação, mas que não houve aglomeração militar na fronteira oeste do país.
Lukashenko alegou que há um complô estrangeiro para derrubá-lo e que a Bielorússia está sob pressão. “Tropas da Otan estão à nossa porta. Lituânia, Letônia, Polônia e Ucrânia estão mandando que façamos novas eleições”, disse, acrescentando que a Bielorrússia “morreria como Estado” se um novo pleito fosse realizado. “Eu nunca os trai e nunca o farei”, afirmou.
O Exército da Bielorrússia faria exercícios entre 17 e 20 de agosto no oeste do país, segundo a agência de notícias russa RIA.