Puxada pela queda nos preços da energia elétrica e combustíveis, a inflação recuou 0,21% em novembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este resultado foi o menor desde junho de 2017, quando o IPCA ficou em -0,23%. Para o mês, essa foi a menor taxa desde a o Plano Real de 1994. Ainda assim, o acumulado no ano ficou em 3,59%, maior que os 2,50% registrados no mesmo período de 2017.
A queda de 4,04% nos preços da energia elétrica cobrados em novembro foi a responsável pelo maior impacto negativo no índice, de -0,16 ponto percentual. De acordo com o analista de Índice de Preços, Pedro Costa, a mudança da bandeira tarifária, que estava no patamar dois da bandeira vermelha e passou a ser amarela, foi o principal motivo da queda.
No mesmo sentido, o recuo nos preços dos combustíveis (-2,42%) – principalmente, da gasolina que ficou 3,07% mais barata em novembro, causaram a queda nos preços de transportes (-0,74%), grupo que teve maior impacto negativo nesse mês (-0,14 ponto percentual). Curiosamente, o grupo havia representado o maior impacto positivo em outubro, com 0,17 p.p. e alta de 0,92%. “A Petrobras reduziu em 24% o valor cobrado nas refinarias. E uma parte disso foi repassada para o consumidor final”, explica Costa.
Dos nove grupos de produtos e atividades, cinco tiveram quedas nos preços em novembro: Habitação (-0,71%), Transportes (-0,74%), Vestuário (-0,43%), Saúde e Cuidados Pessoais (-0,71%) e Comunicação (-0,07%).
Os quatro grupamentos que não fecharam o mês com taxa negativa foram Educação (0,04%), Alimentação e Bebidas (0,39%), Artigos de Residência (0,48%) e Despesas Pessoais (0,36%). “O setor de Alimentação freou um pouco a queda nos preços, principalmente por conta das altas do tomate, da cebola e da batata inglesa”, complementa o analista.
A tendência de queda nos preços repetiu-se em praticamente todos os locais pesquisados pelo IPCA. Das 16 localidades, as únicas taxas positivas ocorreram na região metropolitana de Belém (0,0%) e em Goiânia (0,12%). “ Belém apenas ficou estável, enquanto Goiânia subiu por conta de um reajuste de energia elétrica, de 15,56%, que entrou em vigor em 22 de outubro”, conclui Costa.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, e se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.
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