O Ibovespa Futuro abre em queda nesta sexta-feira (21) depois de subir na reta final do pregão anterior por conta da votação da Câmara dos Deputados que reverteu a decisão do Senado e retomou a validade do veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos salários de servidores. A decisão de manter o veto ocorreu depois do fechamento do mercado, mas já era esperada pelos investidores em meio aos sinais de articulação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. Lá fora, os futuros dos índices americanos caem depois das bolsas baterem máximas históricas durante a semana.
Pela manhã, foi divulgado o PMI (índice do gerente de compras) Composto da União Europeia, que ficou em 51,6 pontos em agosto, abaixo dos 54,9 pontos registrados no mês anterior, indicando que a economia da região perde força.
Nos Estados Unidos, o democrata Joe Biden aceitou oficialmente sua nomeação para candidato dos Estados Unidos. Em seu discurso, na noite de quinta-feira, ele prometeu devolver a esperança ao país após a “escuridão” da administração de Donald Trump, que tenta a reeleição.
Às 09h08 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha queda de 0,56%, aos 100.795 pontos.
Enquanto isso, o dólar futuro para setembro tinha alta de 0,61%, a R$ 5,591.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 opera estável a 2,79%, o DI para janeiro de 2023 avança um ponto, a 3,99% e o DI para janeiro de 2025 opera estável a 5,81%.
Veto mantido
A articulação feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi suficiente para manter o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos reajustes salariais e novas contratações no funcionalismo público.
O resultado reverte a derrota que o governo federal sofreu no Senado Federal. Na quarta-feira, a Casa rejeitou o veto e aumentou a preocupação em relação ao testo de gastos uma vez que tinha o potencial de elevação das despesas de cerca de R$ 120 bilhões.
Já o Ministério da Economia divulgou nota em que parabeniza deputados que votaram pela manutenção do veto. “A possível derrubada traria graves consequências para as contas públicas, em especial de Estados e municípios”, afirma o texto.
Financiamento imobiliário
A Caixa Econômica Federal elevou de 20% para 22% o nível de comprometimento de renda dos mutuários que financiarem imóveis em linhas atreladas ao IPCA. A instituição já avalia a elevação para 25%, segundo informou o presidente do banco, Pedro Guimarães, durante evento virtual promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A linha corrigida pelo IPCA foi lançada há um ano, mas com um teto menor do que as das linhas prefixadas, que permitem comprometer até 30% da renda.
Segundo Guimarães, em 2020 a Caixa já liberou R$ 20 bilhões de reais em crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), volume acima do registrado em todo o ano passado.
Radar corporativo
A empresa de educação Cogna registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 140 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 267 milhões em igual período de 2019.
O resultado da empresa foi afetado pela queda da receita, evasão escolar e aumento da inadimplência.
No comparativo anual, a receita líquida recuou 21%, para R$ 1,37 bilhão. Já o Ebitda foi negativo em R$ 139,5 milhões, ante positivo de R$ 267 milhões entre abril e junho do ano passado.
Esses recursos não vão para o caixa do banco e sim para o acionista vendedor, a Caixa.
BTG Pactual, Caixa, Credit Suisse e Itaú BBA estão entre os coordenadores da operação.
Já a Afya anunciou a compra da Faculdade Ciências Médicas de Paraíba, em uma transação que adiciona 157 vagas de medicina a seu porftólio. Por isso, a empresa vai pagar R$ 380 milhões.
Desse total, metade será pago no fechamento da transação e o restante em quatro parcelas anuais ajustadas pelo CDI.
(Com Agência Estado e Bloomberg)